As usinas de Mato Grosso comercializaram 155,779 milhões de litros de biodiesel no 58º Leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O volume corresponde a 21,83% do total negociado no certame, que chegou a 713,376 milhões de litros. A oferta pública movimentou R$ 1,71 bilhão, sendo R$ 374,936 milhões para as 10 usinas do Estado que participaram da venda pública. Segundo a ANP, o preço médio do litro foi de R$ 2,4, sem considerar a margem da Petrobras, e o valor total negociado refletiu num deságio médio de 21,17% quando comparado com o preço máximo de referência médio, de R$ 3,044 por litro.
Os leilões de biodiesel destinam-se a atender o disposto na Lei 13.263 de 2016, que estabelece em 8% o percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final (B8), em até 12 meses após a data de promulgação da Lei. De acordo com a ANP, o leilão irá garantir o abastecimento de biodiesel no mercado nacional de 1º de janeiro a 28 de fevereiro de 2018. Os volumes comercializados somente serão validados após homologação pela diretoria da ANP, o que deve ocorrer até o fim do mês.
O presidente do Sindicato das Indústrias do Biodiesel de Mato Grosso (SindiBio), Rodrigo Prosdócimo Guerra, informa que o volume comercializado pelos produtores do Estado no leilão público ficou dentro da normalidade dos eventos anteriores. “Cabe destacar que este é o último leilão de B8, ou seja, para composição de 8% de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor, que irá atender o mercado em janeiro e fevereiro. No próximo leilão, que será realizado em fevereiro, já passará para o B10 (composição de 10%), para atender o período de março e abril”, antecipa ele.
A mudança do volume de biodiesel adicionado ao óleo diesel deve provocar aumento na comercialização do produto no país, beneficiando o setor e o Brasil com o aumento da capacidade de produção da indústria. A previsão inicial era de que o B10 fosse implantado a partir de 1º de março de 2019, no entanto a elevação da composição foi antecipada para o próximo ano animando os produtores.
De acordo com o economista José Manuel Marta, especialista em energia e desenvolvimento sustentável, Mato Grosso tem potencial para se tornar um produtor ainda maior de biodiesel. “Mato Grosso é um grande produtor de oleaginosa e de óleos, o que coloca o Estado em condições de vantagem para aumentar a produção, já que o biodiesel é feito a partir dessas matérias-primas”, considera.