Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros da soja recuaram no pregão desta quinta-feira e consolidaram o segundo dia consecutivo de desvalorização. As principais posições da oleaginosa caíram mais de 10 pontos. O contrato março/18 era cotado a US$ 9,85 por bushel, enquanto o maio/18 trabalhava a US$ 9,96 por bushel.
“O mercado foi pressionado por vendas técnicas, em um movimento de retomada de lucros depois das recentes valorizações, e após dados fracos das vendas semanais indicados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)”, informou a Reuters internacional.
Na semana encerrada no dia 25 de janeiro, as vendas de soja dos Estados Unidos somaram 359 mil toneladas da safra 2017/18. O volume representa uma queda de 42% em relação à semana anterior e de 50% em comparação à média das últimas quatro semanas. O mercado apostava em algo entre 700 mil a 1,2 milhão de toneladas.
No acumulado da temporada, as vendas de soja totalizam 43.594,7 milhões de toneladas. Em igual período do ano anterior, o volume estava em 50.387,7 milhões de toneladas.
Paralelamente, o mercado continua sendo direcionado pelas previsões climáticas na Argentina. Para os próximos dias, os mapas ainda indicam a continuidade das altas temperaturas e poucas chuvas. O cenário já afetou o rendimento das lavouras e, nesta quinta-feira, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) reduziu a projeção para a safra de 54 milhões para 51 milhões de toneladas do grão nesta temporada.
“As perspectivas a curto prazo, como aponta a Bolsa, não indicam alívio efetivo em zonas comprometidas por estresse hídrico e é por isso que a entidade justifica a redução de sua estimativa”, reportou a entidade.
Ainda assim, a partir da próxima semana as previsões climáticas voltaram a indicar chuvas nas principais regiões de produção no país. “A chuva deve ocorrer em praticamente todas as regiões produtoras. Não serão chuvas volumosas, mas suficientes para elevar os níveis de umidade do solo, garantindo boas condições ao desenvolvimento das lavouras”, informou a Climatempo.
Mercado interno
O primeiro dia do mês de fevereiro foi de ligeiras movimentações aos preços da soja praticados no mercado doméstico. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, no Oeste da Bahia, a saca da oleaginosa recuou 2,15% e terminou a quinta-feira a R$ 60,67.
Em Assis (SP), o recuo foi de 0,95%, com a saca a R$ 62,40. Já em Panambi (RS), a queda ficou em 0,87%, com a saca a R$ 61,50. Nos portos, os preços cederam novamente nesta quinta-feira. O disponível caiu 0,70% no Porto de Paranaguá, com a saca a R$ 71. No terminal de Rio Grande, a queda foi de 0,69%, com o disponível a R$ 71,50 a saca.
Ainda nesta quinta-feira, a INTL FCStone elevou a projeção da safra brasileira para 111,08 milhões de toneladas. A expectativa é que as exportações também sejam maiores nesta temporada.
“O clima durante o desenvolvimento da safra foi no geral benéfico, com alguns produtores, inclusive, reportando rendimentos acima dos do ano anterior, apesar de a média esperada estar mais baixa”, disse a analista de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, em relatório divulgado nesta quinta-feira.