Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, mais uma vez nesta segunda-feira, fecharam em queda e com baixas expressivas. Os vencimentos mais negociados terminaram o dia perdendo entre 5,50 e 10 pontos, com o novembro – que é o contrato mais negociado neste momento e referência para a safra americana – valendo US$ 9,38 por bushel. Os futuros do óleo e do farelo também recuaram.
No Brasil, os preços não se comportaram de forma regular, uma vez que uma boa alta do dólar também foi observada nesta segunda-feira, ajudando a amenizar os impactos das baixas na CBOT na formação de preços no mercado nacional. Enquanto algumas praças de comercialização terminaram o dia com ganhos de até 10%, como foi o caso de Sorriso, em Mato Grosso, para R$ 52 por saca, outras perderam até 2,73%, como Tangará da Serra, para R$ 53,50.
No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 69,50 por saca e queda de 0,71%, enquanto a safra nova foi a R$ 70,00, recuando 1,41% nesta segunda. Já em São Francisco do Sul, Santa Catarina, alta de 0,14% para R$ 69,20 por saca.
Os ganhos – onde foram registrados – encontraram espaço na alta de 0,88% da moeda americana frente ao real neste começo de semana, ficando em R$ 3,20.
“Esse aumento do déficit (primário) tira um pouco da credibilidade da equipe econômica”, afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello ao referir-se sobre a espera do mercado pelo anúncio da novas e, possivelmente, maiores metas fiscais para 2017 e 2018.
E embora os patamares de preços para os produtores brasileiros não sejam os mais atrativos nesse momento, os números das exportações brasileiras seguem impressionando, e o total de 2017, até este momento, já supera o volume exportado pelo país em 2016, de acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Nas duas primeiras semanas de agosto, o Brasil exportou 2,424 milhões de toneladas e, no acumulado do ano, eram 53,37 milhões, contra 51,58 milhões de janeiro a dezembro do ano passado. A expectativa da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) é de que as exportações brasileiras somem 64 milhões de toneladas.
Ainda assim, o ritmo dos negócios no Brasil permanece ainda lento, com uma retração considerável dos produtores nacionais. “O produtor está segurando, está assustado com esse preço mais baixo, mas isso pode acabar jogando contra ele também”, epxlica o analista de mercado Luiz Fernando Gutierez, da Safras & Mercado.
Dessa forma, a orientação do executivo é de que os sojicultores sigam acompanhando a conclusão da safra americana, que ainda precisa de cerca de 20 dias e com clima favorável. Ainda assim, Gutierez acredita que os melhores momentos para negociar já passaram.
“As indicações dos últimos meses eram de uma possibilidade de safra grande nos EUA. Eles plantaram uma área recorde e o produtor que apostou muito no risco climático colocou muita coisa em risco”, diz.