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Soja: mercado de clima nos EUA ainda não terminou e preços seguem voláteis

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O mercado da soja – tanto no Brasil, quanto na Bolsa de Chicago – registrou mais uma semana bastante intensa e agitada. Os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última quarta-feira (12), as condições de clima no Corn Belt, a demanda e a movimentação agressiva dos fundos trouxe ainda volatilidade para as cotações da oleaginosa.

Somente na CBOT, os principais contratos perderam mais de 1% na baixa acumulada da semana entre as posições mais negociadas. O contrato novembro/17 – que além de ser o driver do mercado é também referência para a safra dos Estados Unidos – subiu US$ 1,20 por bushel somente nos 11 primeiros dias de julho e, em dois dias, perdeu 40% do que acumulou em 12 sessões consecutivas. No pregão desta sexta, a posição fechou com US$ 10,10 por bushel.

As previsões atualizadas nestes últimos dias trouxeram uma melhora nas chuvas esperadas para a próxima semana no Meio-Oeste americano e motivaram um movimento intenso de venda de posições por parte dos fundos investidores, provocando as baixas mais recentes. Mesmo limitadas e pontuais, os mapas entraram no radar dos traders e pesaram sobre as cotações, mas podem não aliviar como é necessário a situação dos campos, principalmente, da região oeste do Corn Belt.

Para Ginaldo Sousa, diretor da Labhoro Corretora, o mercado tem apostado muito em um “boato” esperado para a próxima semana. “Eu não poderia e nem gostaria de apostar que já vimos as altas do mercado. Vai depender do clima. É um mercado de clima”, disse. E lembra ainda, que as lavouras estão apenas iniciando seu período mais “crítico”, já que não somente julho, mas também agosto são os meses determinantes para a conclusão da safra norte-americana.

As adversidades, nesse momento, não são generalizadas e essa irregularidade climática intensifica a volatilidade e a especulação entre as cotações. Os novos mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos Estados Unidos, para os intervalos dos próximos 6 a 10 e 8 4 14 dias, mostram um tempo ligeiramente mais úmido, porém, com temperaturas ainda elevadas, acima da média para essa época, passando dos 37ºC nos próximos dias. As imagens abaixo mostram – à esquerda, as temperaturas, e à direita, as chuvas.

“Os traders não estão prontos para deixar o mercado de clima no milho, na soja e no trigo de primavera, a julgar pela leve recuperação observada nesta sexta-feira e diante do tempo ainda quente esperado para a próxima semana, que pode afetar e prejudicar a produção dos EUA”, disse o analista de mercado Bob Burgdorfer, do portal internacional Farm Futures.

Dessa forma, o mercado agora se prepara para observar como serão as chuvas deste final de semana no Meio-Oeste americano e, principalmente, como virão as informações do reporte semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (17). Na última semana, o boletim indicou 64% das lavouras em boas ou excelentes condições.

Demanda

O suporte observado nesta sexta-feira veio também um notícia forte do front da demanda. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de 1,3 milhão de toneladas de soja da safra nova para a China e contribuiu para o avanço das cotações em Chicago.

Operações como esta vinham sendo esperadas, segundo analistas e consultores, depois da queda expressiva de mais de 40 pontos da oleaginosa negociada na Bolsa de Chicago no pregão desta quinta-feira. Depois de subir mais de US$ 1,00 por bushel somente nos primeiros 11 dias de julho, o mercado corrigiu as cotações e os players aproveitaram para vir às compras.

As cotações da soja no Brasil acompanharam o movimento negativo em Chicago, que, ao lado do dólar, intensificou o recuo nos portos e no interior do país. Na semana, as baixas chegaram a ficar em até 5,82%, como foi o caso de Sorriso, em Mato Grosso, onde o preço fechou com R$ 51,80 por saca.

A soja disponível, nos portos, terminou a semana com indicativos entre R$ 70 e R$ 73 por saca e, desestimulou os negócios nestes últimos dias já que, nos melhores momentos da semana as referências chegaram a alcançar os R$ 77.

Até quarta-feira, como explica o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Group, os produtores puderam aproveitar bem o mercado antes dos números do USDA e, na sequência, com as baixas intensas, voltaram a se retrair, esperando pelas novas oportunidades que o mercado climático dos EUA poderá ainda trazer.

Segundo o consultor da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes, quando os preços voltarem ao intervalo dos R$ 75 aos R$ 77 por saca, os negócios devem voltar a rodar. “O produtor está muito maduro, cada vez mais profissional e sabe aproveitar suas oportunidades”, diz.

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