Durante todo o pregão desta quarta-feira, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago testaram os dois lados da tabela, mas mantendo ainda sua movimentação limitada. As variações entre as posições mais negociadas não passaram de 4 pontos e as cotações ainda sustentam o patamar dos US$ 10 por bushel.
A falta de novidades mantém o movimento lateral dos preços no mercado internacional, com os traders esperando por informações que pudessem, de alguma forma, mudar o quadro atual ou trazer fundamentos que ainda não tenham sido absorvidos pelas cotações.
“A curto prazo, o mercado está demonstrando que deve seguir nessa tendência, com esse preço lateralizado, se conservando dessa maneira”, diz o analista da Insoy Commodities, Marlos Correa.
Nesta quarta-feira, nem mesmo o anúncio do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de uma nova venda de 263 mil toneladas de soja americana da safra 2017/18 para a China foi capaz de trazer alguma movimentação mais aquecida para os futuros da oleaginosa.
No Brasil, a safra nova apresenta, ao menos por enquanto, alguns problemas apenas pontuais, sem preocupações muito severas até agora. E as previsões climáticas mais alongadas mostram que os meses em que as lavouras estarão em estágio de desenvolvimento, também indicam um quadro favorável. Os volumes de chuvas deverão ficar dentro ou acima da média.
E é assim que as informações repercutem entre os analsitas e profissionais internacionais. “Agora, eu devo dizer que as projeções para a safra brasileira 2017/18 estão melhorando. As lavouras plantadas mais cedo já estão começando a florescer”, diz Michael Cordonnier, phD em agronomia e um dos maisucialistas em América do Sul do cenário internacional.
Na Argentina, por outro lado, o plantio está atrasado e com dificuldades de recuperação no ritmo dos trabalhos de campo, ainda por conta da falta de chuvas adequadas. As previsões, porém, começam a trazer alguns volumes mais interessantes, que possam alterar esse cenário.
“Esta semana há expectativa de chuvas importantes no centro do país, especialmente sobre San Luís e Córdoba”, destaca o ORA (Escritório de Risco Agropecuário, que acrescenta: “se prevê a chegada de chuvas na zona Centro-Norte do país com grandes acumulados em San Luís, Córdoba e Salta, geradas por vários sistemas de baixa pressão que cruzariam o país”. As chuvas chegariam a partir desta quinta-feira.
Apesar disso, em Córdoba, por exemplo, a área afetada pela seca ainda continua crescendo e preocupando os produtores.
Preços no Brasil
Nesta quarta-feira, com a cena política brasileira no foco do mercado financeiro, o dólar voltou a subir frente ao real e fechou o dia com R$ 3,2401. Na máxima do dia, a divisa chegou a buscar os R$ 3,25, mas não alcançou e voltou a corrigir.
“O mercado entendeu que acabaram os recursos para fazer algum deputado mudar de voto (sobre a reforma da Previdência)”, afirmou o operador de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters.
Nem assim os preços no mercado brasileiro encontraram espaço para alguma retomada. Em Paranaguá, por exemplo, a soja disponível foi a R$ 73 por saca, com queda de 1,35%, enquanto a safra nova marcou a mesma baixa para ficar em R$ 73,30. Já no terminal de Rio Grande, R$ 73,30 – com alta de 0,41% no disponível – e R$ 75,50, estável, para a nova temporada. No interior, as baixas chegaram a ficar em até 2,11%.