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Soja fecha com preços em queda e negócios em ritmo lento no Brasil

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Os preços da soja voltaram a cair ou manter sua estabilidade no mercado brasileiro nesta quarta-feira. As cotações continuam a ser limitadas pela pouca movimentação das cotações na Bolsa de Chicago e por uma baixa do dólar frente ao real. A moeda americana fechou com a segunda baixa consecutiva nesta semana e de volta ao atuar abaixo dos R$ 3,25.

A divisa recuou 0,73% para R$ 3,2364, depois de, na sessão anterior, perder mais de 1,6%. Segundo analistas ouvidos pela Reuters, o foco do mercado está no cenário externo, que ainda conta com uma agenda esvaziada. “O ambiente favorável à busca por risco atravessou a noite e segue presente”, trouxe a corretora H.Commcor em relatório ao citar o cenário externo.

No interior, as baixas entre as praças de comercialização variaram entre 0,78% – como foi o caso de Pato Branco/PR -, levando a referência a R$ 64, a 1,64%, no Oeste da Bahia, onde o último preço foi de R$ 60 por saca. Nos portos, destaque para leves altas em Paranaguá, de 0,28%, para levar a safra nova a R$ 72,50 e o produto disponível a R$ 72,70 por saca. Em Rio Grande, baixa de 0,28% no disponível, para R$ 72,30, e estabilidade na safra nova em R$ 74 por saca.

Os negócios, porém, ainda caminham com lentidão e poucos sendo efetivados. A falta de direção das cotações no mercadfo futuro norte-americano traz mais cautela aos produtores brasileiros. E para analistas e consultores de mercado, essa é uma postura acertada neste momento, principalmente diante da incerteza climática que ronda a América do Sul e as previsões divergindo de forma bastante significativa.

“Acho que o produtor brasileiro deveria ter aproveitado preços acima dos US$ 10,00 em Chicago, como tem que aproveitar (se voltarem a alcançar esse valores), e o dólar na faixa dos R$ 3,33 aos R$ 3,35 também. Então, temos que esperar um pouco mais. Eu recomendaria ao produtor que ainda não vendeu que, se Chicago fizer um rally, subir 10 ou 15 centavos, ou se o dólar se recuperar, o produtor deve ir fazendo média”, orienta o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.

O executivo, ao lado de outros profissionais, acredita, portanto, que serão essa divergência e incerteza as responsáveis por uma volatilidade mais intensa entre as cotações na Bolsa de Chicago nos próximos dias. O La Niña e seus efeitos também continuam no radar.

Bolsa de Chicago

No pregão desta quarta-feira, os futuros da commodity terminaram com ganhos de pouco mais de 4 pontos entre as posições mais negociadas. O vencimento março/18 foi a US$ 9,68 e o maio/18, referência para a safra americana, a US$ 9,79 por bushel. O mercado trabalhou o dia todo em campo positivo.

As diferenças entre as previsões climáticas para a América do Sul têm trazido bastante cautela aos operadores na Bolsa de Chicago, mantendo os preços ainda caminhando de lado neste início de 2018. Essas incertezas, embora ainda não tenham se tornado ameaças, mantêm os fundos ajustando suas posições, principalmente nestes dias que antecedem o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima semana.

“Até o dia 14 de janeiro, as precipitações estão bem escassas para a Argentina, com as melhores chances de chuvas generalizadas somente a partir do dia 15. E mesmo assim, nem todos os modelos climáticos têm confirmado tais projeções”, explica o analista de mercado da AgResource Mercosul (ARC), Matheus Pereira.

E até que haja uma melhor direção vinda dessas previsões, o mercado segue caminhando de lado. No entanto, as expectativas são de uma mudança nas cotações na medida em que um padrão de tempo mais quente e seco vá se confirmando na Argentina, aumentando as especulações entre os investidores.

“O mercado está muito semelhante ao de janeiro de 2016, quando veio calmo até meados de janeiro até que a especulação climática chegou empurrando forte a soja em quase US$ 1 por bushel”, explica Pereira.

A opinião do analista da AgResource Mercosul é compartilhada pela corretora Carley Garnerm da DeCarley Trading.Para a executiva, o mercado de grãos, porém, está prestes a passar por uma virada de ritmo e as condições favoráveis para persistência do La Niña pode ser o catalisador dessa mudança.

“O fenômeno, responsável pela decolagem dos preços em 2012 pode fazer uma aparição em 2018. Caso isso se confirme, os preços – principalmente do milho, da soja e do trigo – podem encontrar estímulo e volatilidade”, diz ela.

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