Os principais contratos de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) seguem tendência iniciada na semana anterior e por volta das 8h (Brasília) operam com quedas de 5 e 6 pts nesta segunda-feira. O vencimento março/18 estava cotado em US$ 9,72 por bushel, queda de 6,25 pts e enquanto o maio/18 trabalhava a US$ 9,84 por bushel, também recuando 6,25 pts. Soja agosto/18 tinha recuo de 5,5 pts cotada a US$ 9,96/bushel.
De acordo com informações da Reuters internacional, “o mercado recuou diante das vendas técnicas e com a previsão de melhora no clima na América do Sul, especialmente na Argentina”. Para a Labhoro Corretora, tecnicamente o mercado fechou no lado negativo na sexta-feira (02) e nesta manhã de segunda-feira já rompeu um suporte importante dos US$ 9,75, e agora poderá testar os US$9,70/9,67.
O clima é sem dúvida o fator mais importante neste momento capaz de reverter o mercado, no entanto, as atualizações de mapas já mostram chuvas na Argentina a partir do próximo final de semana. Segundo alguns analistas, só um fechamento acima de US 10,00 para o contrato março seria capaz de disparar o gatilho de compras por parte dos fundos, mas para isso terão que contar com clima adverso.
No caso da Argentina, as previsões de clima seco e altas temperaturas foram determinantes para um cenário que fez com que a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) reduzisse a estimativa da safra para essa temporada de 54 milhões para 51 milhões de toneladas.
“Mas as previsões de chuvas e calor menos intenso a partir da próxima semana diminuíram os nervos sobre o dano da seca na Argentina, enquanto uma perspectiva de clima mais seco poderia ajudar a colheita da soja no Brasil”, reforçou a Reuters.
“Se perdermos 2 ou 3 milhões de toneladas de oferta na Argentina, isso poderia ser compensado por um valor equivalente no Brasil”, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics, em entrevista a Reuters.
Mercado brasileiro
Conforme levantamento da equipe do Notícias Agrícolas, a semana foi de ligeiras perdas aos preços da soja praticados no mercado doméstico. Em São Gabriel do Oeste (MS), o preço cedeu 3,33%, com a saca a R$ 58. Já em Brasília, a queda foi de 2,56%, com a saca a R$ 61,00. Em Mato Grosso, em Itiquira, a desvalorização foi de 2,31%, com a saca a R$ 59,30.
No Oeste da Bahia, a semana também foi negativa, com a saca a R$ 59,67 e recuo de 2,18%. No Paraná, em Cascavel e Ubiratã, a desvalorização foi de 0,81%, com a saca da soja a R$ 61,50.
Em contrapartida, nos portos brasileiros, os preços subiram essa semana. Em Paranaguá, a saca disponível subiu 1,97% e fechou a sexta-feira a R$ 72,40. No terminal de Rio Grande, o disponível encerrou a semana a R$ 72,30 a saca, com ganho de 0,70%. O valor futuro, para entrega maio/18, registrou alta de 0,82%, com a saca a R$ 73,60 a saca.
Nesse momento, as atenções dos participantes do mercado estão voltadas à colheita da soja. No maior estado produtor no país, Mato Grosso, a colheita chegou a 10,70% da área cultivada nesta safra, segundo reportou em seu boletim semanal o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Apesar do ano de 5,38% na semana, o número ainda está abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 25,10%. A diferença em relação ao ciclo passado é de 14,40%.
Ainda a última sexta-feira, a AgRural estimou a produção de soja em 116,2 milhões de toneladas. A estimativa está acima da última projeção da consultoria, de 114 milhões de toneladas. Já a INTL FCStone estima a safra em 111,08 milhões de toneladas.