O mercado internacional da soja trabalha com oscilações tímidas na manhã desta terça-feira, porém, testando os dois lados da tabela. A típica volatilidade desse momento é o reflexo do mercado climático e das informações que começam a chegar dos campos americanos sobre o desenvolvimento das lavouras da safra 2017/18.
No final da tarde desta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras, indicando o aumento de 1 ponto percentual no índice de lavouras em boas ou excelentes condições para 67%. O mercado, porém, esperava uma melhora de 2 pontos para a oleaginosa.
Por outro lado, o trigo de primavera, que vem chamando muita atenção nesta temporada em função das adversidades climáticas pelas quais tem passado teve uma nova queda de 45% para 41%, enquanto os traders apostavam em uma melhora para até 47%.
Dessa forma, o rally dos futuros do cereal continua e, somente em Chicago, as cotações sobem mais de 1% no pregão de hoje. Em algumas das demais bolsas americans, o trigo registra suas máximas em dois anos.
Assim, o mercado segue acompanhando as previsões climáticas – atulizada mais de uma vez no dia por alguns modelos climáticos – e, portanto, ainda bastante indeciso e buscando por uma nova tendência. Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o mercado internacional só ficará menos “inquieto” diante da certeza de uma produção de mais de 115 milhões de toneladas de soja nos EUA diante da força da demanda.
No ano comercial, afinal, os embarques combinados somente do Brasil e dos Estados Unidos, já são 15 milhões de toneladas superiores aos do mesmo período do ano passado.
“O mercado está “lutando” entre a corrente dos operadores baixistas, que seguem apostando que o mercado volta para níveis abaixo de US$ 9,00, e os operadores que acreditam que o mercado está mais para lateral (devido à forte demanda) ou até mesmo engate uma tendência leve de alta, se começarem a ocorrer problemas climáticos nos EUA”, acredita o analista de mercado Miguel Biegai, do OTCex Group, de Genebra, na Suíça. “Graficamente, é possível notar que o mercado também está brigando exatamente na resistência do canal de baixa, já pelo terceiro dia seguido”, completa.