Soja e milho lideram as exportações de Mato Grosso no 1º bimestre e respondem por quase a totalidade do saldo comercial. De US$ 1,873 bilhão faturado com embarque de produtos, os grãos foram responsáveis por US$ 1,778 bilhão, 95% do montante. Os valores, informados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), revelam maior demanda do mercado externo pelos produtos do Estado, já que houve crescimento de 10,37% na receita comercial e de 13,88% na quantidade de produtos negociados, quando comparado a igual período de 2017.
De Mato Grosso saíram 5,988 milhões de toneladas em janeiro e fevereiro, sendo 3,443 milhões (t) de milho e 1,421 milhão (t) de soja, em grão ou processada na forma de subprodutos como farelo e óleo. Em igual período de 2017, as exportações renderam US$ 1,691 bilhão com vendas de 4,308 milhões (t). Outros itens que compõem a pauta de exportações do Estado são algodão, madeira e carnes bovina, suína e de frango. Os produtos locais chegam a 30 países, sendo que 18 deles compraram mais este ano que em 2017.
Apesar de Mato Grosso diminuir em 36,49% os negócios com a China neste início de ano, o país asiático se mantém como o principal parceiro comercial do Estado. De US$ 1,873 bilhão faturado com as exportações, o gigante chinês garantiu US$ 360,093 milhões ou 19,22% do total. Conforme observa o economista Vitor Galesso, a economia mundial voltou a crescer e isso reflete no consumo de alimentos, principalmente no mercado chinês. “Mas, a questão da logística continua travada e recebendo pequenos investimentos. Precisa de aportes maiores do governo federal e do Estado”.
O secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, observa que em janeiro a venda externa de milho foi recorde, quando atingiu 3 milhões (t). Ano passado foram embarcados 19 milhões (t) só por Mato Grosso. “Em fevereiro muda a chave para soja e exportamos quase 2 milhões/t. Então, o Brasil se consolida como grande exportador de milho, além da soja”.
Geller não descarta a possibilidade de igualar as exportações do cereal com os volumes de embarques da oleaginosa e derivados. “”O melhor milho do mundo está aqui. Se continuar tendo oferta, se o Brasil investir em logística para baratear o custo de transporte, o país poderá ser um grande exportador e tem espaço crescente”. Para ele, em breve será possível atingir a marca de 120 milhões (t) de milho produzidas no Brasil, sendo a metade do volume absorvida no mercado interno.