sexta-feira, 19/abril/2024
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Soja: dólar afasta produtores das vendas por mais uma semana no Brasil

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A semana foi marcada por intensa volatilidade nos negócios com os futuros da soja na Bolsa de Chicago. O mercado internacional espera por uma série de definições entre os fundamentos que ajudam a direcionar as cotações nesse momento, o que acaba deixando os traders ainda na defensiva e o mercado se comportando de maneira bastante técnica. Além do mais, segundo reportam analistas e consultores internacionais, o mercado se ajustou também, nestes últimos dias, ao período do Ano Novo Lunar na China.

O feriado na nação asiática foi iniciado nesta sexta-feira (27), quando o mercado na CBOT fechou o dia estável, em campo misto e com oscilações de menos de um ponto, e se estende até 2 de fevereiro. Neste período, o país – que é o maior player do cenário global da soja – fica fora dos negócios e tira, portanto, parte da força entre os fundamentos.

Assim, a pouca movimentação, o dólar abaixo dos R$ 3,20 e o foco na colheita – e tendo de driblar o excesso de chuvas em Mato Grosso – ainda mantêm o produtor brasileiro afastado de novas vendas com a safra 2016/17. “Em função da conta cambial, o produtor brasileiro perdeu boa parte da sua receita nos últimos 30 dias”, relata o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.

No interior do Brasil, segundo um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas, as baixas entre as principais praças de comercialização variaram de 0,76% a a 6,49%, com destaque para Ponta Grossa, no Paraná, onde o valor da saca cedeu R$ 5,00 e fechou com R$ 72,00. Em Mato Grosso, os indicativos voltaram para a casa de R$ 60 a R$ 62 por saca.

Nos portos, as baixas foram superiores a 1% e chegaram a bater nos 3,11% em Rio Grande, para o mercado futuro, e o último indicativo da semana foi de R$ 78,00 por saca. Em Paranaguá, ambas as referências – disponível e futuro – ainda dividem o mesmo preço que, nesta semana, terminaram em R$ 76,00.

Ainda como explica Mariano, em Mato Grosso já há, aproximadamente, 55% da safra comercializada. “Com isso, e focado na colheita, o produtor não precisa sair fazendo vendas eufóricas neste momento”, podendo continuar a acompanhar o andamento – principalmente a direção das cotações em Chicago, ainda um tanto incerta, para voltar aos negócios.

Nesta sexta-feira, o dólar fechou com sua referência mais baixa em três meses, cotado a R$ 3,1520 e queda de 0,90%. No acumulado da semana – que é a sexta consecutiva de baixa – a moeda americana cedeu 7%, segundo reporta a Reuters.

No balanço semanal, os futuros da soja em Chicago acumularam perdas de 1,25% a 1,71%. O contrato maio/17, que serve de referência para o produtor brasileiro, encerrou os negócios com US$ 10,58 por bushel. O março/17, que é o mais negociado agora, foi a US$ 10,49.

Como explica o analista da Novo Rumo, o maior fator de nervosismo do mercado se dá, ainda, sobre o futuro da safra da América do Sul, em especial, a Argentina. Embora a intensidade das perdas da produção argentina ainda gere muitas incertezas, as novas expectativas já indicam que a oferta vinda de lá poderia ser ligeiramente maior do que se esperava. E essa movimentação tem influenciado também, com intensidade, o mercado do farelo de soja em Chicago.

“Em três dias de pregão, o aumento do farelo foi de 11%, depois caindo de 3,5% a 4%. Com isso, a soja também subiu em torno de 7%, com perdas de 3,5%”, explica o analista.

A movimentação da demanda internacional, que parece se dirigir cada vez mais ao Brasil e à Argentina, e a comercialização nestas origens também não deixa o campo de visão dos traders.

“Apesar da intensa campanha de vendas dos EUA, os norte-americanos têm perdido drasticamente seu espaço na demanda mundial para as ofertas brasileiras/argentinas de soja, desde meados de dezembro. A desvalorização do Peso e Real contribui na negociação da soja destinada para exportação, atraindo o comprador internacional com maior poder de barganha (soja mais barata)”,informou a AgResource Brasil, em seu relatório diário em parceria com a CME Group.

“Além do mais, os exportadores EUA não estão dispostos à venderem seus estoques no atual preço, o que pode direcionar uma demanda extra (com prêmio) para o Brasil, nestes próximos dias/semanas”, diz o reporte.

Fonte: Notícias Agrícolas

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