Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta terça-feira (18) em alta, se recuperando das ligeiras baixas da sessão anterior. As cotações atuaram em campo positivo durante todo o dia, chegando a testar ganhos superiores a 14 pontos em alguns momentos, porém, pra encerrar o dia as cotações registaram pequenas altas de pouco mais de 4 pontos. Assim, o vencimento novembro terminou o dia com US$ 10,01 por bushel.
As previsões climáticas ainda apontando um tempo quente e seco para o Meio-Oeste americano nos próximos dias e mais a redução no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA em 1 ponto percentual – o número agora é de 61%, cerca de 10% a menos do que no ano passado, quando se colheu uma safra perto de perfeita – criou um ambiente favorável para esse avanço.
Como explica o consultor da Flávio França Junior, da França Jr. Consultoria, essa é uma volatilidade típica do mercado climático internacional, além de notícias de perdas muito severas ainda não terem vindo à tona.
“As lavouras vêm piorando e podem, no relatório da próxima segunda, trazer alguma estabilidade ou mostrar uma nova piora. Isso é positivo para os preços, mas o detalhe que deixa o mercado mais especulativo é que os mapas para os próximos 10 dias não estão falando a mesma língua e ainda estão divergindo”, diz. E isso faz os investidores aproveitarem qualquer melhora de preço, fazendo com que as realizações de lucro sejam cada vez mais frequentes.
“A soja está se desenvolvendo, por enquanto, dentro do calendário, com 52% das lavouras em fase de florescimento contra a média plurianual de 51%. No entanto, o clima de agosto tem uma maior influência sobre o desenvolvimento da soja do que o de julho. E as previsões alongadas, de 90 dias (julho a setembro) mostram ainda temperaturas acima do normal para boa parte dos Estados Unidos e chuvas dentro do esperado”, lembra o analista de mercado Bob Burgdorfer, do portal internacional Farm Futures.
No Brasil
Nesta segunda-feira no Brasil, os preços se mantiveram em praticamente todo o interior do país, enquanto nos portos encontraram espaço para alguns ganhos.
Em Rio Grande, R$ 72,00 no disponível, subindo 0,70% e R$ 76,00 para safra nova, estável. Em Paranaguá, R$ 71,50 e R$ 73,50, respectivamente, subindo 0,70% e 0,68%. A exceção entre os portos ficou por conta de Santos, que perdeu 2,99 no disponível, fechando em R$ 70,50 por saca.
O dólar em queda, por mais uma sessão, fechou com R$ 3,15 nesta segunda e acabou limitando o impacto das pequenas altas observadas em Chicago. O recuo da moeda americana foi de 0,82% nesta sessão, com um ambiente político mais calmo no Brasil e também frente a uma nova derrota de Donald Trump no Congresso americano.
“A nova banda (informal do dólar) entre 3,15 reais e 3,20 reais deve-se graças ao movimento externo positivo”, afirmou a corretora Lerosa Investimentos em relatório reportado pela agência de notícias Reuters. “O clima interno de instabilidade deve impossibilitar o rompimento do patamar para baixo deste nível no curto prazo”, acrescentou.