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Soja: com mercado ainda técnico, Chicago corrige perdas e fecha pregão em alta

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Com um mercado ainda muito técnico na Bolsa de Chicago, os futuros da soja voltaram a subir e fecharam a quinta-feira em campo positivo. “Foram movimentos técnicos, de correção depois das baixas da sessão anterior. Os preços ainda trabalham no mesmo intervalo dos US$ 10,20 de suporte e de US$ 10,70 de resistência”, explica o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Depois de testar os dois lados da tabela, a commodity fechou o pregão com ganhos de até 10 pontos nos principais contratos, e com o vencimento maio/18 buscando de volta os US$ 10,40 por bushel. O julho/18 finalizou os negócios acima dos US$ 10,50.

Entre os fundamentos, não há ainda novidades fortes o suficientes para tirar as cotações deste range em que atuam neste momento, como explica Brandalizze. “A mudança virá somente com algum problema de clima sendo registrado nos Estados Unidos”, diz.

Há chuvas fortes chegando ao Corn Belt nos últimos dias e novas sendo previstas para os próximos. Volumes elevados são esperados para estados como Iowa, norte de Illinois e sul de Wisconsin. E essas condições têm dividido os participantes do mercado.

“Para alguns, essa umidade intensa poderia atrasar ainda mais o plantio, enquanto para outros é a umidade necessária para as safras que precisam ser plantadas e sofreram com a intensidade do último inverno”, sinalizaram os analistas da consultoria internacional Allendale, Inc.

Também no radar, os desdobramentos da disputa comercial entre China e Estados Unidos e os impactos que podem ser sentidos no comércio global de soja. Uma delegação americana visita a nação asiática nesta semana. No entanto, apesar das especulações, os traders não esperam que um acordo definitivo sobre a oleaginosa chegue deste encontro.

“É esperado que nenhum acordo definitivo seja estruturado até o fim desta semana entre as duas nações envolvidas, uma vez que a complexidade do tema não deve ser banalizada. É provável que a imposição tarifária proposta por ambos os países seja adiada por mais alguns meses, até resoluções definitivas sobre o embate comercial”, diz o boletim diário da AgResource Mercosul.

Nesta quinta, a China já anunciou uma “campanha emergencial” para impulsionar sua produção local de soja, já que o país é o maior comprador e consumidor mundial do produto. O objetivo é ampliar a área cultivada com a oleaginosa.

Porém, também como explica Vlamir Brandalizze, essa é uma informação que tem impacto apenas pontual e psicológico sobre os preços. “A China tem poucas áreas para abrir para a soja, podendo aumentar sua produção em cerca de 6 milhões de toneladas, e para quem vai ter de importar 100 milhões, isso é muito pouco”.

No Brasil, as cotações têm mantido, como referência nos portos, algo entre R$ 86,50 e R$ 87 por saca. Para os pagamentos junho e julho, esses valores conseguem buscar até os R$ 87,50 e R$ 88 nos melhores momentos, ainda segundo o consultor.

“Os preços têm se apegado muito ao dólar (que nesta quinta-feira chegou a testar os R$ 3,56) para se manter. No entanto, essa queda registrada nesta sessão acabou anulando as altas em Chicago”, disse.

Entretanto, apesar desse ligeiro sobe e desce dos indicativos e do feriado na última terça-feira (1º), essa tem sido uma semana bem movimentada de negócios. “Com essa taxa de câmbio, os produtores aproveitaram os bons momentos e fizeram muitos negócios, podemos dizer que houve um bom avanço da comercialização”, relatou Brandalizze.

Para maio, o line-up dos portos brasileiros já mostra mais de 11 milhões de toneladas de soja programadas para serem embarcadas para exportação. Em abril, as exportações nacionais passaram de 10 milhões.

Além disso, os produtores brasileiros têm aproveitado ainda os preços temendo que o clima se firme no Corn Belt, favoreça o avanço do plantio, a área de soja seja maior do que a última estimativa do USDA e possa vir a pressionar novamente e mais severamente as cotações em Chicago.

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