A terça-feira parece interessante para a formação dos preços da soja no mercado brasileiro. Além dos bons ganhos observados na Bolsa de Chicago – por volta de 13h30 (horário de Brasília), passavam de 7 pontos entre os principais vencimentos – o dólar também trabalhava em alta frente ao real na tarde de hoje. A moeda americana subia 0,69% para voltar aos R$ 3,32.
“A tendência é de desvalorização do real, já que a chance de passar a reforma da Previdência é cada vez menor”, afirmou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.
Assim, nos portos do Brasil, a soja disponível já encontrava espaço para alguma recuperação e, somente no porto de Rio Grande, subia 1,48% para R$ 68,70 por saca. Já a safra nova ainda mantinha estáveis os R$ 73,00.
Bolsa de Chicago
Com o índice de condições de lavouras de soja em boas ou excelentes menor do que o esperado nos EUA, os futuros da oleaginosa trabalham em alta na Bolsa de Chicago.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), no final da tarde de ontem, trouxe uma baixa de 1 ponto percentual na faixa de lavouras em boa forma para 66%. As projeções do mercado, porém, eram de algo entre 67% e 68%. São ainda 26% das plantações em situação regular e 8% em condições ruins ou muito ruins. O milho foi mantido em 67%, e o trigo de primavera caiu para 40%.
Ainda sobre a soja, o reporte trouxe o índice de 9% das lavouras em fase de florescimento, com 94% na fase de emergência. A média para ambas as fases é de, respectivamente, 7% e 91%.
“Os dados deram algum suporte ao mercado”. diz a Benson Quinn Commodities, em seu comentário diário reportado pelo portal britânico Agrimoney. “Não podemos falar, porém, em uma correção muito forte, acreditamos em algo entre US$ 0,20 e US$ 0,25 por bushel”, completa.
Paralelamente, os traders se ajustam ainda para os nos boletins do dia 30 – de estoques trimestrais e área de plantio da safra 2017/18 – e também para o da próxima quinta (29), com a atualização das vendas semanais para exportação, as quais já passam de 59 milhões de toneladas.