Nesta quarta-feira, a soja fechou com leves ganhos na Bolsa de Chicago. Os ganhos entre as principais posições ficaram entre 2,75 e 3 pontos, levando o maio/18, referência para a safra americana, em US$ 9,87 por bushel. Já o novembro/17, que ainda é o contrato mais negociado, terminou o dia com US$ 9,58.
O mercado futuro norte-americano segue atuando com movimentações tímidas, ainda caminhando de lado e, como explicaram analistas internacionais, “preso em seus níveis técnicos à espera de novidades” neste momento. Os fundamentos, afinal, já são conhecidos, e o mercado financeiro também se mostra mais acomodado neste momento.
O vencimento novembro/17, segundo os executivos da consultoria internacional Allendale, tem um suporte, no curto prazo, nos US$ 9,50 e, no longo, nos US$ 9,20 por bushel.
Os preços seguem limitados pelo desenvolvimento da colheita nos Estados Unidos, que traz bons índices de produtividade dos campos norte-americanos, próximos aos projetados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e por consultorias particulares.
No Brasil, as chuvas se mostram mais consistentes e o plantio também avança de forma mais efetiva nas principais regiões produtoras, pesando sobre as cotações na bolsa americana.
Em Sorriso, importante região produtora de soja, as chuvas recentes deram segurança aos agricultores e a semeadura da soja já está completa em 13,4% da área prevista para essa temporada, conforme destacou o presidente do Sindicato Rural do município, Luimar Gemi.
Em Laguna Carapã (MS), a semeadura da soja também foi iniciada com a chegada de melhores chuvas. Alguns produtores que haviam plantado antes, no pó, também foram beneficiados por essas chuvas. Segundo Antônio Rodrigues Neto, técnico agrícola da Casa da Lavoura, cerca de 2% a 3% das áreas já estão plantadas.
No Paraná, o plantio já está cerca de 20 dias atrasado em função dessas chuvas que chegaram mais tarde, como explica o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro. No último final de semana, porém, os volumes melhoraram e os trabalhos de campo puderam avançara um pouco melhor. Porém, segundo o presidente, a semeadura não pôde alcançar nem 10% da área total esperada para esta safra.
Mercado no Brasil
Apesar da pressão sobre as cotações de Chicago, ou de altas limitas, os preços ainda não têm muita força para romper os US$ 9,50 na bolsa americana e isso dá algum suporte aos preços formados no Brasil e já traz sinais um pouco melhores para as referências da safra nova, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
De outro lado, porém, esse patamar dos US$ 9,50 é um valor que não estimula novos negócios – não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos – e o dólar, que segue recuando frente ao real, também segue como âncora para os indicativos para a soja brasileira. Nesta quarta, a moeda americana fechou o dia com baixa de 0,47%, acumulado seu quinto pregão consecutivo de baixa, e valendo R$ 3,134.
Assim, no porto de Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 70 por saca, estável, enquanto em RIo Grande foi a R$ 69,60, com leve ganho de 0,14%. No caso da safra nova, os preços ficaram em, respectivamente, R$ 70,50 e R$ 72 por saca, com perdas de 0,70% e 0,41%. E dessa forma, mais uma vez, o dia no mercado nacional foi de negócios pontuais, também como explica Brandalizze.
O alvo dos produtores brasileiros, afinal, é de R$ 71 para a soja disponível e R$ 75 na safra nova para voltarem aos negócios. “O mercado ainda está um pouco distante da posição dos vendedores”, diz o consultor. Melhores oportunidades, porém, poderão ser observadas com uma maior disputa entre a indústria local e as exportações, ambas ainda mostrando força e crescimento na demanda.