sábado, 27/abril/2024
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Soja acumula perdas de quase 7% em Chicago

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A semana terminou com baixas acumuladas de mais de 6% na Bolsa de Chicago entre os principais contratos, com o julho/18 caindo de US$ 8,74 para US$ 8,14 e o agosto/18 de US$ 8,77 para US$ 8,18 por bushel. Os futuros da oleaginosa vêm sendo pressionados nos últimos meses, como aconteceu durante toda essa semana, e nesse momento alcançam os mais baixos patamares da década.

A nova ameaça do presidente Donald Trump em taxar a China em mais US$ 200 bilhões em produtos aliada a um baixista relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazido nesta quinta-feira (12) trouxeram, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, mais espaço para uma nova rodada de baixas entre os preços da soja.

Somente no pregão desta sexta-feira (13), as cotações perderam entre 15 e 16 pontos, as quais já se mostram abaixo dos US$ 8,20. Ainda assim, como diz Brandalizze, o cenário atual amplia o espaço para que novas baixas possam ser registradas nos próximos dias.

“Há espaço para cair mais alguma coisa, de 5 a 10 pontos, mas depois disso tem que voltar a corrigir ou pode inviabilizar a cultura nos EUA. O produtor americano, afinal, já amarga um prejuízo de cerca de US$ 2,00 por bushel, ou 20% sobre seus custos de produção” diz. “Furamos o fundo do poço e estamos no limite”.

Como em uma tentativa de antecipar os efeitos práticos da guerra comercial, o USDA reduziu em 5 milhões de toneladas as exportações norte-americanas de soja da temporada comercial 2018/19. Mais cedo, no mesmo dia, o Ministério do Comércio da China reduziu sua estimativa para as importações chinesas da oleaginosa no mesmo ano comercial.

Diante desse quadro, também como explica o consultor, a semana ficou praticamente vazia de negócios no mercado físico norte-americano, com os produtores esperando uma retomada das cotações nos próximos dias.

Além disso, as poucas preocupações que vinham sendo sentidas com o clima no Corn Belt já também perdem força e as boas condições seguem ajudando a pressionar os preços no mercado futuro norte-americano.

“As precipitações favoráveis sobre o Cinturão Agrícola são iminentes. Já nesta noite de sexta-feira, 13, as chuvas começão a regar os solos de Iowa e Illinois. Índices pluviométricos entre 20-40mm são esperados para tais regiões durante o fim de semana”, diz a AgResource Mercsosul (ARC). “As preocupações diante de uma extensão da seca é dissipada com a chegada de um novo padrão atmosférico benéfico, que expulsa a massa de ar quente de altapressão pré-estabelecida sobre o Centro do país”.

No mercado brasileiro, o caminho para os preços da soja ainda está um tanto confuso, uma vez que apesar dos prêmios altos e do câmbio favorável para a formação das referências, as baixas intensas em Chicago seguem limitando um avanço mais expressivo.

Nesta semana, o dólar fechou com baixa de 0,46% e cotado a R$ 3,8505. A cena externa ainda pesa de forma bastante significativa para o mercado cambial neste momento.

“Temos por aqui expectativas de acompanhar mais o exterior enquanto a corrida presidencial segue em ‘pause’ e com uma agenda sem indicadores relevantes”, trouxe mais cedo a corretora H.Commcor em relatório.

Assim, em Paranaguá a soja disponível fechou a semana com R$ 91,00 por saca, subindo 1,68%, ao mesmo tempo em que recuou 1,69% em Rio Grande, para R$ 87,00. Já para março/19, no porto paranaense, a oleaginosa caiu 10% e fechou a semana em R$ 81,00, enquanto o agosto/18.

O relatório do USDA de quinta, o atual ritmo de exportações da soja americana foi elevado em quase 500 mil toneladas, uma vez que os compromissos (grão já embarcado + contratos já vendidos) ultrapassaram os 57 MT.

Para o ano comercial 2017/18 (vigente), a projeção de 56,74 MT para as exportações da soja EUA é plausível.

No entanto, os números para 2018/19 já trazem uma inserção agressiva da nova matriz mundial da demanda por oleaginosa. O USDA trouxe uma baixa de 6,8 MT nas estimativas de exportação EUA para o próximo ano, aumentando apenas 2 MT nos embarques projetados para o Brasil, que agora totalizam 75 MT de soja em 2019.

A diferença é equilibrada por uma redução de 8 MT da demanda chinesa, que agora é esperada em 95 milhões para o próximo ano comercial.

As precipitações favoráveis sobre o Cinturão Agrícola são iminentes. Já nesta noite de sexta-feira, 13, as chuvas começaram a regar os solos de Iowa e Illinois. Índices pluviométricos entre 20-40 mm são esperados para tais regiões durante o fim de semana.

As preocupações diante de uma possibilidade de seca foi dissipada com a chegada de um novo padrão atmosférico benéfico, que expulsa a massa de ar quente de alta pressão pré-estabelecida sobre o Centro do país.

No geral, a principal região sojicultora estadunidense possui condições de desenvolvimento saudáveis, sem nenhuma ameaça climática generalizada, até o momento.

Produtores clientes da ARC no Cinturão Agrícola alertam que o progresso da fase vegetativa da soja se mostra bem mais favorável que em 2017

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