PUBLICIDADE

Soja acumula perdas de quase 7% em Chicago

PUBLICIDADE

A semana terminou com baixas acumuladas de mais de 6% na Bolsa de Chicago entre os principais contratos, com o julho/18 caindo de US$ 8,74 para US$ 8,14 e o agosto/18 de US$ 8,77 para US$ 8,18 por bushel. Os futuros da oleaginosa vêm sendo pressionados nos últimos meses, como aconteceu durante toda essa semana, e nesse momento alcançam os mais baixos patamares da década.

A nova ameaça do presidente Donald Trump em taxar a China em mais US$ 200 bilhões em produtos aliada a um baixista relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazido nesta quinta-feira (12) trouxeram, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, mais espaço para uma nova rodada de baixas entre os preços da soja.

Somente no pregão desta sexta-feira (13), as cotações perderam entre 15 e 16 pontos, as quais já se mostram abaixo dos US$ 8,20. Ainda assim, como diz Brandalizze, o cenário atual amplia o espaço para que novas baixas possam ser registradas nos próximos dias.

“Há espaço para cair mais alguma coisa, de 5 a 10 pontos, mas depois disso tem que voltar a corrigir ou pode inviabilizar a cultura nos EUA. O produtor americano, afinal, já amarga um prejuízo de cerca de US$ 2,00 por bushel, ou 20% sobre seus custos de produção” diz. “Furamos o fundo do poço e estamos no limite”.

Como em uma tentativa de antecipar os efeitos práticos da guerra comercial, o USDA reduziu em 5 milhões de toneladas as exportações norte-americanas de soja da temporada comercial 2018/19. Mais cedo, no mesmo dia, o Ministério do Comércio da China reduziu sua estimativa para as importações chinesas da oleaginosa no mesmo ano comercial.

Diante desse quadro, também como explica o consultor, a semana ficou praticamente vazia de negócios no mercado físico norte-americano, com os produtores esperando uma retomada das cotações nos próximos dias.

Além disso, as poucas preocupações que vinham sendo sentidas com o clima no Corn Belt já também perdem força e as boas condições seguem ajudando a pressionar os preços no mercado futuro norte-americano.

“As precipitações favoráveis sobre o Cinturão Agrícola são iminentes. Já nesta noite de sexta-feira, 13, as chuvas começão a regar os solos de Iowa e Illinois. Índices pluviométricos entre 20-40mm são esperados para tais regiões durante o fim de semana”, diz a AgResource Mercsosul (ARC). “As preocupações diante de uma extensão da seca é dissipada com a chegada de um novo padrão atmosférico benéfico, que expulsa a massa de ar quente de altapressão pré-estabelecida sobre o Centro do país”.

No mercado brasileiro, o caminho para os preços da soja ainda está um tanto confuso, uma vez que apesar dos prêmios altos e do câmbio favorável para a formação das referências, as baixas intensas em Chicago seguem limitando um avanço mais expressivo.

Nesta semana, o dólar fechou com baixa de 0,46% e cotado a R$ 3,8505. A cena externa ainda pesa de forma bastante significativa para o mercado cambial neste momento.

“Temos por aqui expectativas de acompanhar mais o exterior enquanto a corrida presidencial segue em ‘pause’ e com uma agenda sem indicadores relevantes”, trouxe mais cedo a corretora H.Commcor em relatório.

Assim, em Paranaguá a soja disponível fechou a semana com R$ 91,00 por saca, subindo 1,68%, ao mesmo tempo em que recuou 1,69% em Rio Grande, para R$ 87,00. Já para março/19, no porto paranaense, a oleaginosa caiu 10% e fechou a semana em R$ 81,00, enquanto o agosto/18.

O relatório do USDA de quinta, o atual ritmo de exportações da soja americana foi elevado em quase 500 mil toneladas, uma vez que os compromissos (grão já embarcado + contratos já vendidos) ultrapassaram os 57 MT.

Para o ano comercial 2017/18 (vigente), a projeção de 56,74 MT para as exportações da soja EUA é plausível.

No entanto, os números para 2018/19 já trazem uma inserção agressiva da nova matriz mundial da demanda por oleaginosa. O USDA trouxe uma baixa de 6,8 MT nas estimativas de exportação EUA para o próximo ano, aumentando apenas 2 MT nos embarques projetados para o Brasil, que agora totalizam 75 MT de soja em 2019.

A diferença é equilibrada por uma redução de 8 MT da demanda chinesa, que agora é esperada em 95 milhões para o próximo ano comercial.

As precipitações favoráveis sobre o Cinturão Agrícola são iminentes. Já nesta noite de sexta-feira, 13, as chuvas começaram a regar os solos de Iowa e Illinois. Índices pluviométricos entre 20-40 mm são esperados para tais regiões durante o fim de semana.

As preocupações diante de uma possibilidade de seca foi dissipada com a chegada de um novo padrão atmosférico benéfico, que expulsa a massa de ar quente de alta pressão pré-estabelecida sobre o Centro do país.

No geral, a principal região sojicultora estadunidense possui condições de desenvolvimento saudáveis, sem nenhuma ameaça climática generalizada, até o momento.

Produtores clientes da ARC no Cinturão Agrícola alertam que o progresso da fase vegetativa da soja se mostra bem mais favorável que em 2017

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Exportações da soja de Mato Grosso tem forte queda em novembro

As exportações brasileiras de soja em novembro totalizaram 2,55...

Venda da safra de milho chega a 89% e preço médio aumenta

As vendas da safra 2023/24 de milho em Mato...

Venda da safra da soja em Mato Grosso chega a 99%

A comercialização da soja para a safra 2023/24 em...

Cotação do boi gordo em Mato Grosso cai 4,3%, diz IMEA

A demanda local pelo boi gordo ficou retraída, semana...
PUBLICIDADE