Aspectos econômicos, características do clima e do solo, produção de mudas, porta-enxertos, floração, espaçamento e plantio, irrigação e adubação, manejo de podas, controle de plantas daninhas, pragas e doenças, colheita e beneficiamento, comercialização e utilidades, benefícios e cuidados com o limão. Estes conhecimentos aprendidos na teoria foram assimilados por técnicos do Governo do Estado, durante uma aula de campo realizada na tarde desta quarta-feira, no município de Matupá.
A aula faz parte do curso de capacitação continuada, promovido por meio do Programa Pró-Limão, da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários de Mato Grosso (Seaf-MT). Os assuntos foram ministrados pelo palestrante Eduardo Fermino Carlos, doutor em Biologia Molecular e Celular de Plantas.
Os quase 50 técnicos foram instruídos no Rancho Crioulo, que pertence ao agricultor Valdecir Noronha. A propriedade conta com um exemplo bem-sucedido de plantio do limão taiti, propício para ser plantado na região.
“Recomendo para quem deseja começar a plantar limão taiti: invista em conhecimento para transformar esse plantio em um negócio de sucesso. Aqui temos um clima favorável, e o solo também é bom para o cultivo do citros”, explicou o pesquisador. Segundo Eduardo Carlos, é necessário selecionar a área onde ocorrerá o plantio, fazer a limpeza dessa área, inserir o adubo e realizar a aragem da terra.
Carlos ensinou que a melhor época do ano para plantar o limão taiti é no período chuvoso, e repassou informações como a distância entre as covas, que podem variar entre 40 cm e 60 cm de largura e profundidade. “É importante respeitar um espaçamento entre as mudas, que deve ser de, em média, sete metros por cinco metros, para garantir ventilação e iluminação quando os limoeiros estiverem grandes”.
Sobre a adubação, ele tirou dúvidas dos técnicos com relação aos orgânicos, como esterco de galinha, composto de lixo, esterco de curral e adubo químico. Na irrigação, foram apontadas técnicas, como fazer construção de bacias na base da planta para conservar a água no pé, ou a criação de um sistema de irrigação para facilitar o trabalho. Produção de mudas próprias ou compra de mudas, como as enxertadas, que têm cerca de 80 centímetros de altura e já estão prontas para plantio, também receberam considerações durante a explanação do pesquisador.
“O governo do Estado, por meio do programa Pró-Limão, procura oferecer tudo que os técnicos precisam saber sobre o clima e preparo do solo para plantio, como produzir mudas, adubação e irrigação, como fazer podas, a desbrota e controle de plantas daninhas, além de conhecimentos sobre a distribuição do produto no mercado”, analisou o titular da Seaf-MT, Suelme Fernandes.
Eduardo Fermino Carlos destacou o combate aos fungos, que pode ser executado com simples ações na hora do plantio, ou com a utilização posterior de fungicidas apropriados.
Conforme estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o produto tem boa aceitação no mercado interno e é utilizado para os mais diversos fins, como culinária, bebidas e remédios. Dados mostram que a indústria utiliza cerca de 50% do limão para a produção de suco concentrado.
“É um produto com boa vendagem e que pode representar um lucro bem interessante, sendo que aqui nesta região o fornecimento para supermercados e cooperativas configura uma das formas mais rentáveis de comercialização do limão”, disse Eduardo Carlos.
Um pequeno produtor rural relatou que já chegou a colher até 100 kg de limão taiti de uma única árvore. Em Peixoto de Azevedo (698 km ao Norte da Capital), uma grande rede de mercados está adquirindo o quilo do limão por R$ 2,50, e os pequenos produtores que já aderiram ao plantio estão esperançosos com as promessas de ganho extra.