Os primeiros a serem contemplados com a retomada do Programa Nacional de Crédito Fundiário em Mato Grosso são 50 produtores de Lucas do Rio Verde. Eles conseguiram, junto ao Banco do Brasil, crédito para financiar a compra de 7 hectares da fazenda Fênix II, localizada 48 km distante da área urbana, por um total de R$ 6 milhões. Cada família pagará R$ 121 mil pelo lote, com carência de três anos para a 1ª parcela, e prazo de 25 anos para quitar o empréstimo. Vinte dos 50 lotes já foram pagos aos proprietários da fazenda, cujo total de área é de 347 hectares.
Um dos beneficiários com a compra de parte da fazenda é o Laudinor Batisti, de 63 anos, natural do Rio Grande do Sul e que há 11 se mudou para Lucas do Rio Verde. Inserido na agricultura desde a infância, ele plantava abóbora moranga no terreno de uma associação, mas sem área para colher após o espaço ser vendido para ser feito campo de futebol, acabou fazendo salames caseiros como forma de obter renda familiar. Desde então, essa tem sido a única fonte de recursos. “Agora tendo essa área quero trabalhar com a criação de ovelhas, galinhas, porcos e ainda plantar mandioca, batata doce, pepino e repolho. Terei um espaço para me dedicar à agricultura, que foi o que sempre trabalhei”,
Além das condições de pagamento do financiamento do Crédito Fundiário serem boas, o valor da fazenda Fênix II foi praticado abaixo de mercado. Cada família irá pagar R$ 17 mil por hectare, sendo o que o preço da área rural em Lucas do Rio Verde hoje não sai por menos de R$ 40 mil. E para estruturar a produção dos agricultores familiares que adquiriram a área, um lote da fazenda foi destinado para a construção de uma cooperativa ou associação.
O programa federal ficou paralisado por quase 10 anos, mas voltou a ser realizado em Mato Grosso beneficiando trabalhadores rurais e sem-terra, para que possam comprar terras a partir de financiamento com carência e maior tempo para pagar.
A retomada ocorreu após o governo do Estado, por meio da secretaria de Estado de Agricultura Familiar, atuar junto ao departamento de gestão do crédito fundiário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Feita a escolha da área, o proprietário deverá manifestar interesse na venda do imóvel com valor compatível ao de mercado. A partir de então, o Governo do Estado passa a atuar na elaboração da proposta de financiamento, reunindo informações sobre o imóvel, os investimentos necessários, a aptidão da área para o plantio, entre outras informações.
O produtor poderá financiar até R$ R$ 151 mil com juros de até 2,5% ao ano, sendo: 0,5% para a linha PNCF Social, para agricultores inscritos no CADÚnico; 2,5%, para a linha PNCF Mais. O pagamento é efetuado em até 25 anos, incluídos três anos de carência.
O programa também disponibiliza recursos de até R$ 7,5 mil para contratação exclusiva de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), financiado em cinco parcelas anuais de R$ 1,5 mil por beneficiário.