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Produtividade do milho preocupa e presidente do Sindicato Rural de Sorriso teme por contratos futuros

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Só Notícias/Herbert de Souza e Lucas Torres, de Sorriso (foto: Marcos Vergueiro)

A produtividade do milho na atual safra tem preocupado produtores de Sorriso. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Silvano Felipetto, os relatos chegam a apontar uma produtividade até 50% menor que a registrada na safra passada. Em Mato Grosso, o plantio do cereal foi concluído com atraso, já que o excesso de chuvas no início do ano impactou a colheita da soja. 

“Ano passado, falava-se em algumas médias de até 150 sacas. Este ano, temos gente falando de 80 a 100 sacas de média nas melhores produtividades. Então, estamos preocupados com os contratos futuros que foram feitos. Eu peço aos produtos associados que façam laudos técnicos, relatem com fotos, vídeos, para depois não ter problema na entrega dos contratos. Não sei o que vai acontecer. Com o atraso que houve, a quebra está sendo muito grande aqui na região. Vai faltar milho para entregar os contratos”, alertou Felipetto.  

Quem depende da cadeia do milho também teme pela baixa produtividade. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Itamar Canossa, a tendência é de que a situação resulte em aumento de preços no cereal, principal matéria-prima na alimentação dos suínos e responsável por 80% dos custos.  

“Hoje, para se ter ideia, o custo do milho disponível na praça de Sorriso é de R$ 80 a saca. Esse preço nós nunca pagamos. A principal matéria-prima está batendo recorde novamente. O que nos preocupa é quanto a um preço ainda maior. Não é só estar caro, é não ter o produto. Já que a gente sabe que haverá uma queda acima de 30% e os próprios produtores não vão conseguir cumprir os contratos”, afirmou Canossa.  

Canossa ainda avaliou que outro efeito será o aumento de preços da carne suína para o consumidor final. “A gente não tem como saber exatamente, mas esse custo elevado, a médio e a longo prazo, vai refletir no preço final da carne, lá no mercado. Então, a gente espera que a economia retorne e o poder de compra do brasileiro volte, vindo a remunerar de forma coerente e justa para nós produtores. A médio e longo prazo, se o poder aquisitivo não voltar, o que acho pouco provável, haverá, com certeza, quebra de parte dos suinocultores e diminuição de oferta de carne suína no mercado, e ela se tornará escassa, vindo a subir o preço”. 

Conforme Só Notícias/Agronotícias já informou, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) detalhou que a colheita do cereal teve  evolução de 12,78 pontos percentuais até a última sexta-feira (9), em relação à semana anterior, totalizando 22,49% das áreas colhidas. “Entretanto, apesar da intensificação da colheita, os trabalhos seguem com atraso de 23,67 pontos percentuais ante a safra passada, e ficam também 17,03 pontos percentuais abaixo da média das últimas cinco safras”, acrescenta.

Já as regiões com os maiores destaques seguem a Nordeste com (24,26%) colhidos, Norte (27,59%), Médio-Norte (27,39%). “Contudo, assim como era esperado, os rendimentos das lavouras colhidas começaram a apresentar menores queda, o que vem reafirmando a expectativa já projetada pelo mercado no Estado”, concluiu o IMEA, no boletim semanal.

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