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Pró-Limão capacita técnicos para atuarem com citricultura no Nortão

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A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários de Mato Grosso (Seaf-MT) iniciou, nesta terça-feira, em Peixoto de Azevedo, a capacitação continuada de técnicos. O objetivo é dar sustentabilidade ao cultivo da citricultura, como parte do programa estadual Pró-Limão, que visa fomentar e fortalecer a cadeia produtiva do limão como alternativa sustentável de geração de renda. Na região Norte mato-grossense, o foco é, principalmente, o tipo tahiti.

No módulo apresentado pelo doutor Eduardo Fermino Carlos, foi abordado o tema ‘Aspectos Gerais da Citricultura’. Nele, o pesquisador tratou de questões como Centros de Origem e Dispersão, Citricultura no Mundo, Biologia e Fisiologia, Cultivares de Copas, Cultivares de Porta-Enxertos, Principais Pragas e Doenças e Importância de Plantas Matrizes e do Viveiro. Em seguida, a fiscal de defesa agro e florestal do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT), Márcia Benedita Martins, ministrou a palestra ‘Defesa Fitossanitária Vegetal em Mato Grosso voltada para a citricultura’.

O agrônomo da Seaf-MT, Leonardo da Silva Ribeiro, lembrou que o titular da pasta, Suelme Fernandes, não tem medido esforços para apoiar o Pró-Limão. “Dentro do programa, contamos com suporte de toda a Seaf para executar ações como este curso, que é essencial para capacitar nossos técnicos, que auxiliarão os produtores. Nós continuaremos a apoiar o desenvolvimento dessa cultura no estado”. O servidor da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Osmar Assis Alves, disse que o órgão trabalha para promover cursos de capacitação continuada. “Programas como o Pró-Limão significam avanço nas políticas voltadas para a agricultura familiar”.

O professor Luciano Gomes, que também participa do evento pela Seaf-MT, destacou que a capacitação continuada dos técnicos está sendo realizada há mais de um ano. “Nós escolhemos Peixoto como ponto de partida para promover o Pró-Limão porque existe uma bem-sucedida experiência no plantio desta cultura”. O secretário de Agricultura de Matupá, Valdecir Noronha, e o secretário Executivo do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável do Portal da Amazônia, Humberto Paiva de Oliveira, ressaltaram as características do programa, que propiciam rentabilidade e diversificação da renda para os produtores.

Eduardo Fermino Carlos, que retorna ao município para acompanhar um projeto iniciado por ele em 2011, de forma autônoma, e que hoje é um programa de governo, falou sobre o trabalho de melhoramento genético realizado pelo o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). “O trabalho realizado pelo instituto é uma das mais importantes áreas da pesquisa agronômica, e utiliza, num trabalho multidisciplinar, conhecimentos da genética, biotecnologia, bioquímica, estatística, fisiologia, botânica, fitopatologia, entomologia e nematologia, entre outros, para manipular e modificar a base genética das plantas”.

Ele esclareceu que, para o desenvolvimento de novas cultivares, o Iapar conta com a Área Técnica de Melhoramento Genético (AMG), que se vale das técnicas de prospecção, introdução, avaliação, seleção e multiplicação de materiais, além do intercâmbio de germoplasma e da biotecnologia aplicada à agricultura.

“A AMG utiliza conhecimentos da genética vegetal, biometria, genética de populações e genética quantitativa para, por meio de métodos convencionais e não convencionais, desenvolver cultivares geneticamente melhoradas e conservar o germoplasma”, informou o pesquisador.

Em 2016, 12 mil mudas de limão tahiti, melhoradas geneticamente, foram entregues para 25 produtores rurais da região Norte do estado, nos municípios de Peixoto de Azevedo e Matupá, com a expectativa de produzir mais de 360 toneladas do fruto a partir de 2018. Cada produtor plantou 480 mudas em uma área de um hectare.

A muda de limão melhorada geneticamente é resistente à seca e doenças de solo, e o objetivo do Estado para os próximos anos é dobrar a área de plantio de 25 hectares para 50 hectares. Na região Norte, as condições climáticas e o solo fértil favorecem a cadeia produtiva da citricultura, pois o clima é quente e úmido, ideal para o crescimento da cultura e da qualidade visual do fruto, que apresenta uma coloração diferenciada, mais esverdeada, com a casca lisa, considerada ideal para exportação.

A cultura cítrica é irrigada e pode produzir o ano todo. No segundo ano de cultivo, uma árvore produz em média 10 quilos de limão e, no terceiro ano considerado comercial, produz 30 quilos por árvore. Em um hectare de limão, pode ser produzido mais de 14 toneladas do fruto na época da safra.

De autoria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o curso é realizado em parceria com a Empresa de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Indea-MT. A iniciativa promove também a aquisição de mudas para implantação do programa, distribuição de insumos e equipamentos para apoiar os pequenos produtores selecionados, e oferta serviço de assistência técnica e extensão rural para pequenos produtores.

O trabalho conta ainda com apoio das prefeituras de Peixoto de Azevedo e de Matupá.

O palestrante Eduardo Fermino Carlos possui doutorado em Biologia Molecular e Celular de Plantas pela Universidade da Flórida-Gainesville (UF), tem experiência em biotecnologia, biologia molecular, melhoramento genético, agronomia, citricultura, agricultura de precisão e agronegócios e já trabalhou como consultor em citricultura, pesquisador científico no Fundecitrus, no Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC-Fundag e no IAPAR.

Foi coordenador da Área de Melhoramento Genético Vegetal (AMG) do IAPAR e, atualmente, trabalha como pesquisador com melhoramento clássico e com engenharia genética em citricultura e com biologia molecular em cana-de-açúcar.

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