Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), constatou que a soja avariada pode ser utilizada na alimentação em limites superiores ao estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O estudo é feito no âmbito do programa “Agrocientista”, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja)
A pesquisa, coordenada pela professora doutora em ciência animal, Gerusa Corrêa, pretende demonstrar a qualidade da soja avariada, contrapondo a Instrução Normativa Nº 11/07 do Mapa, que estabelece o limite máximo de tolerância de avarias em 8%. De acordo com a pesquisadora, as avarias (queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos) estão sujeitas a descontos na hora da comercialização dos grãos.
Durante o trabalho de campo foi feita uma análise estatística com um lote de 1,2 mil frangos divididos em dois grupos desde o início até o abate. “O primeiro grupo não recebeu a soja avariada, já o segundo obteve na alimentação o grão a avariado de 8%,12%,24% e 32%. Com isso, percebemos que a segunda opção não sofreu nenhuma interferência em até 32%”, explicou a doutora, ao revelar que a próxima etapa será a análise patológica das aves.
Os grãos fermentados e ardidos são as principais avarias que levam parte do lucro do produtor, uma vez que a soja apresenta teor de proteínas ainda maior que os considerados padrões, segundo Antônio Galvan, presidente da Aprosoja. “Queremos provar com a pesquisa de que até 100% da soja avariada não influencia em perda de peso da ave. Já testamos na carne, e agora no frango. Vamos comprovar cientificamente e mostrar ao Mapa que a soja deve ser paga integralmente ao produtor rural”, declarou.
O estudo é desenvolvido há dois anos e é denominado “análise de soja avariada”.