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Na CBOT, soja recua mais de 2% na semana

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Na Bolsa de Chicago (CBOT), a semana foi negativa aos preços da soja. As principais posições da commodity caíram mais de 2% e devolveram boa parte dos ganhos acumulados na semana anterior. Nesta sexta-feira, os preços até testaram uma reação, porém, o movimento não foi sustentado e as cotações fecharam o dia em campo negativo.

Ao longo dia, as cotações da soja ampliaram as desvalorizações e finalizaram a sessão com perdas de mais de 7 pontos. O novembro/17 era cotado a US$ 9,78 por bushel, já o janeiro/18 operava a US$ 9,89 por bushel. O maio/17 trabalhava a US$ 10,08 por bushel.

Conforme dados da Reuters internacional, as cotações da oleaginosa foram pressionadas pelo progresso da colheita nos EUA. “Foi uma boa semana de colheita. Todos estão correndo com os trabalhos nos campos até as chuvas retornarem novamente”, disse Brian Hoops, analista da Midwest Market Solutions, em entrevista à Reuters.

“O ritmo de colheita esta semana foi extremamente forte. Os relatórios de rendimento permanecem fortes e houve pouca perda de rendimento na safra de 2017, uma vez que as condições foram boas”, destacou Darrell Holaday no Country Futures, ao Agrimoney.com.

Até o último domingo, cerca de 49% da área cultivada já havia sido colhida, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão atualiza as informações sobre a safra americana na próxima segunda-feira.

Inclusive, de acordo com o Agrimoney.com., a perspectiva de avanço na colheita no país compensaram os dados vindos do lado da demanda. “Os anúncios de vendas para a China, de quinta-feira e de hoje, certamente forneceram apoio, mas não o suficiente para sustentar um mercado ascendente quando você olha a colheita”, completa o analista. Nesta sexta-feira, o USDA anunciou a venda de 198 mil toneladas de soja para a China.

Ainda nesta quinta-feira, a nação asiática adquiriu mais 384 mil toneladas do grão norte-americano. Ambos os volumes serão entregues na campanha 2017/18.

Outro fator que permanece no radar dos participantes do mercado é o clima no Brasil e a evolução do plantio da safra 2017/18. No país, as chuvas permanecem irregulares e em algumas regiões já há atraso nos trabalhos nos campos. Em Goiás, os produtores ainda aguardam a consolidação das precipitações para a continuidade da semeadura.

Contudo, o modelo Cosmo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) indica chuvas a partir da próxima segunda-feira em boa parte do Brasil. São esperados volumes diários de até 50 mm.

Mercado brasileiro

No mercado interno, a semana foi de ligeiras movimentações. Segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço caiu 3,51% em Sorriso, com a saca do grão a R$ 55. Em Castro (PR), a queda ficou em 1,41%, com a saca a R$ 70.

No Oeste da Bahia, o valor subiu 3,36%, com a saca da soja a R$ 61,50. Já em Brasília, a saca terminou a semana a R$ 63 e valorização de 2,44%. Nos portos brasileiros a semana foi de estabilidade.

Além da influência de Chicago, as cotações também acompanham a movimentação cambial. Nesta sexta-feira, a moeda fechou a sessão a R$ 3,1898, com ganho de 0,43%. “A moeda seguiu o cenário externo em meio a expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, possa elevar a taxa de juros mais do que o esperado”, reportou a Reuters.

Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, reportou que “os negócios com a safra nova voltaram a acontecer, com patamares acima de R$ 75 a saca futura nos portos. A comercialização ainda está atrasada, mas é um sinal positivo e que começa a dar lucratividade aos produtores”.

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