A morte de cerca de 1,1 mil cabeças de gado em uma fazenda de confinamento localizada na cidade de Ribas do Rio Pardo (MS) foi um problema pontual e isolado, sem risco à população. A afirmação é do diretor-técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Sales Manzi, ao se referir à notícia que chocou o setor pecuário brasileiro esta semana. A suspeita é que os animais tenham morrido em decorrência de uma toxinfecção alimentar, que desencadeou o botulismo, provocando a morte dos animais.
Casos de botulismo que terminam na morte de bovinos não são raros no país, mas a quantidade de animais envolvidos neste caso, registrado em uma única propriedade, chamou a atenção das autoridades. A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro) está investigando as causas das mortes, que ocorreram entre os dias 2 e 5 deste mês. Exames laboratoriais estão sendo realizados e os procedimentos recomendados para os animais mortos foram cumpridos.
O diretor-técnico da Acrimat ressalta que o mais importante é agir imediatamente para identificar as causas, como foi feito no Mato Grosso do Sul, e fazer a devida comunicação aos órgãos de defesa sanitária. “No entanto, antes de os laudos periciais ficarem prontos, qualquer afirmação é prematura e configura mera especulação”, avalia. Do ponto de vista técnico, o diretor, que é médico veterinário, explica que umas das possíveis causas apontadas pelos órgãos de defesa, o botulismo, é uma intoxicação causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostidium botulinum, presente em alimentos e água contaminados.
Ele ressalta que vacinação contra a doença existe e, apesar de não constar no calendário de vacinas obrigatórias, é recomendada para animais quando receberem suplementação no cocho e o caso dos enviados para confinamentos e semiconfinamentos.