A missão do governo brasileiro que busca ampliar e consolidar mercados na Ásia para produtos do agro brasileiro, buscou definir a vinda de missão chinesa para habilitação final a frigoríficos no Brasil dentro de dois meses visitando exportar carne para os chineses. E houve conversas sobre possível suspensão de medidas que foram tomadas pelo Brasil em relação a fábricas de pescado chineses, em função de auditoria já realizada por técnicos brasileiros. O secretário de Defesa Agropecuária do ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci mento (Mapa), Luís Rangel, que chegou a missão brasileira, explicou “em documento assinado pelas partes, ficamos de consolidar até o fim do ano uma agenda para os ministros da agricultura. E haverá uma visita do ministro das Aduanas da China ao Brasil no fim de outubro, quando deverá encontrar-se com o ministro Blairo Maggi”.
A equipe técnica do ministério se reuniu com funcionários do Ministério da Aduana. Depois de mudanças de gestão promovidas nessa área, o trabalho da agência que tratava de demandas de certificação, inspeção, vigilância, certificação foi fracionada passou a ser distribuída a diferentes agências sob a responsabilidade desse ministério.
Também foi discutido, na China, o surto de peste suína africana ocorrido no país. “Estamos adotando medidas para, não só manter o comércio funcionando, como para preservar o mercado brasileiro de uma doença que não existe no Brasil desde 1981”, disse Rangel.
A missão, que encontra-se na Arábia Saudita, esteve também em Hong Kong e no Vietnã onde houve reunião com autoridades locais, como o vice-ministro da Agricultura, com sua equipe da área vegetal e animal. “Há expectativas positivas no Vietnã, que incluem frutas e farinhas (subprodutos de origem animal, suínos, aves, bovinos) ”, informou o secretário.
Segundo ele, “para suínos e aves, foi obtida sinalização quase que imediata do lado saudita e do lado vietnamita de suspensão de embargo, que aconteceu antes mesmo de qualquer missão”. Já para farinhas de bovinos, consideram a necessidade de verificação in loco, afirmou. Para tanto, dever ser marcada uma missão dos vietnamitas ainda neste ano para verificar o status sanitário e avançar nessa negociação. “Com relação a frutas, a intenção é de retomar a agenda que estava estagnada”.
Em Hong Kong, a reunião serviu para esclarecer pontos, principalmente em relação ao sistema sanitário brasileiro, para tratar de garantias à segurança dos alimentos na exportação e detalhar como funciona todo processo de certificação e de rastreabilidade. “Fizemos apresentações de saúde animal, com informações do diretor Guilherme Marques, e também do ponto de vista de saúde pública”.
As explicações, de acordo com Rangel, “foram importantes para reforçar a credibilidade no modelo de certificação brasileiro, mantendo uma lista ampliada de estabelecimentos que oferecem produtos para Hong Kong”.
Na Arábia Saudita, estão agendas, ainda, visitas a estabelecimentos comerciais, supermercados e ao Ministério da Agricultura, numa pauta que visa a abertura do mercado de animais vivos. “Os animais vivos se destinam a um abate religioso específico nesses países mulçumanos. Operamos dessa forma com a Turquia, que tem um mercado parecido”, explicou.
Haverá também reunião com o departamento de saúde pública, de inspeção de produtos, para dar esclarecimentos e informar sobre todo processo dos últimos meses, de reformas e de melhorias no sistema brasileiro, para diminuir os problemas causados na imagem de produtos brasileiros em decorrência de operações da Polícia Federal.
No país, não há embargos, mas os encontros servirão como reposicionamento e para avançar ainda mais no futuro, com apresentação de novas plantas, a fim de demonstrar que o sistema está mais robusto, além de mostrar a segurança de procedimentos.
Em Singapura, haverá reunião também como a da Arábia Saudita, de esclarecimentos adicionais para tranquilizar as autoridades de governo em relação a medidas tomadas no Mapa e sobre a necessidade de manter o mercado aberto. Isso, porque não existe nem há motivo para manter embargo às carnes brasileiras. “O chamado face to face” com essas autoridades é fundamental para o governo brasileiro”, enfatizou. A informação é da assessoria do ministério da Agricultura.