Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) recuaram. No pregão desta terça-feira (1), as principais posições do cereal despencaram entre 7,75 e 8,25 pontos, uma desvalorização de mais de 2%. O setembro/17 era cotado a US$ 3,62 por bushel, enquanto o dezembro/17 era negociado a US$ 3,76 por bushel.
“Os futuros do milho e do trigo acompanharam as perdas registradas na soja”, destacou a Reuters internacional. O analista Darrel Holaday, reforçou ao Agrimoney.com, que “os mercados de milho e trigo abandonaram o movimento mais estável e, influenciados pela soja, recuaram hoje”.
Por sua vez, as cotações da oleaginosa cederam mais de 3%, pressionadas pela revisão para cima no índice de lavouras em boas ou excelentes condições e pela perspectiva de melhora no clima no Meio-Oeste dos EUA.
Inclusive, as previsões climáticas indicando chuvas nos próximos dias também é um fator de pressão negativa aos preços do cereal. De acordo com dados do NOAA – Serviço Oficial de Meteorologia do país -, nos próximos 5 dias, o Corn Belt deverá continuar com chuvas.
Embora as projeções indiquem um clima melhor, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu de 62% para 61% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições, em seu relatório de acompanhamento de safras. 26% das lavouras apresentam condições regulares e 11% estão em condição ruim ou muito ruim.
Além disso, a forte queda do petróleo também contribuiu para o movimento negativo registrado nas cotações do cereal. O petróleo encerrou a terça-feira cotado a US$ 49,16 o barril, uma perda de mais de 2% em Nova York.
“O petróleo fechou em baixa com sinal de realização e enfraquecimento do recente rali que levou a commodity acima dos US$ 50 pela primeira vez em dois meses, com pano de fundo a indicação de que a Opep teria aumentado a produção”, afirmou a Investing.com.
Como fator positivo, o USDA reportou a venda de 100 mil toneladas de milho para a Colômbia. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da temporada 2017/18. Essa é a segunda operação divulgada para o país. Ainda nesta segunda-feira (31), a Colômbia adquiriu 150 mil toneladas do cereal norte-americano. O volume também será entregue no ciclo 2017/18.
Mercado brasileiro
A terça-feira (1) foi de ligeira movimentação aos preços do milho. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor caiu 2% em Castro (PR), com a saca do cereal a R$ 24,50. No Porto de Paranaguá, a saca futura recuou 1,89% e encerrou o dia a R$ 26,00. Já em Assis (SP), a perda ficou em 1,04%, com a saca a R$ 19,00. Por outro lado, em Luís Eduardo Magalhães (BA), a alta foi de 2,22%, com a saca a R$ 23,00.
O foco do mercado interno permanece no andamento da colheita da segunda safra. Ainda hoje, a INTL FCStone elevou, mais uma vez, a estimativa de safra de milho 2016/17, alcançando 98,68 milhões de toneladas, aumento de pouco mais de 1 milhão de toneladas em relação ao mês passado. A perspectiva é que sejam colhidas 67 milhões de toneladas do grão.
“A colheita da safrinha está avançando sem problemas, em meio ao clima seco que predomina no país há mais de um mês, e vai consolidando a produção recorde”, disse a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, em nota divulgada pela empresa.
BM&F Bovespa
As cotações futuras do milho encerraram o dia em campo misto na BM&F Bovespa. O setembro/17, referência para a safrinha, caiu 0,65% e terminou o pregão a R$ 25,97 a saca. Já o novembro/17 subiu 0,18% e encerrou a sessão a R$ 28,10 a saca.
Além da influência de Chicago, as cotações futuras também acompanharam o comportamento do dólar. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,1260 na venda, com ganho de 0,25%. Os investidores esperam os novos desdobramentos na cena política brasileira, conforme ponderou a Reuters.