O mercado interno de máquinas agrícolas deve apresentar recuperação mais consistente neste ano, após um 2017 morno. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta para 2018 um crescimento das vendas de 3,7%.
A entidade estima que o volume comercializado de máquinas agrícolas e rodoviárias alcance 46 mil unidades neste ano. “A queda da taxa de juros do Plano Safra 2017/2018 e o aumento da área cultivada de soja devem fazer com que este seja o ano da retomada”, avalia a gerente de marketing de uma empresa de tecnologia agrícola, Karen Morales.
Segundo a Anfavea, as exportações de máquinas agrícolas devem crescer 9,8% em 2018, para 15,5 mil unidades, enquanto a receita com os embarques deve somar US$ 16,7 bilhões, alta de 5,4% em relação a 2017. Já a produção deve crescer 11%, para 61,5 mil unidades.
Conforme a vice-presidente da Anfavea, Ana Helena Correa de Andrade, as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias aumentaram 1,5% em 2017, totalizando 44,4 mil unidades. Ela reconhece que o resultado ficou abaixo do projetado inicialmente pela associação, que era vendas de 46,7 mil unidades. “É importante desmembrar esse resultado, já que as colhedoras de cana e as retroescavadeiras tiveram desempenho negativo, puxando o número para baixo”, destacou.
O resultado que teve mais peso foi o das colhedoras de cana, que registraram queda de 20,8% nas vendas em 2017. Entre os produtos que tiveram alta estão os tratores de rodas, que cresceram 2,8% em 2017 sobre o ano anterior.
As exportações de máquinas cresceram 46,9% em 2017 em relação ao ano anterior, para 14 mil unidades. Em receita, isso representou US$ 15,8 bilhões, alta de 48,6% ante ao ano anterior. “Nós tinhamos perdido muito mercado da América Latina e estamos recuperando essa participação”, justifica Ana.
Segundo ela, o mercado norte-americano e o argentino estão entre os principais compradores dos produtos brasileiros. “Isso reitera a qualidade e a produtividade das nossas máquinas.”
A produção de máquinas agrícolas somou 54,9 mil unidades em 2017, alta de 1,8% sobre o ano anterior. “A estratégia das empresas foi produzir menos para ajustar os estoques. Algumas encerraram as atividades em meados de dezembro e outras devem retornar só em 15 de janeiro.”
O ano também deve ser promissor para as empresas de implementos. Conforme Karen, o crescimento deve ser puxado pela venda de produtos voltados para a agricultura de precisão, que hoje respondem por 2% a 5% do negócio. “Essa área tem atraído o interesse de muitos agricultores que buscam tecnologia para reduzir os custos, seja em produtos que podem ser agregados às máquinas ou opções que já possuem a tecnologia embarcada”, destacou.
As informações são do portal Diário do Comércio e Indústria (DCI).