Mato Grosso segue merecedor do título de celeiro do país, já que colherá em 2018 a 2ª maior safra de grãos da sua história agrícola. Com produção estimada em 59,831 milhões de toneladas, a quantidade só será inferior (-3,5%) à alcançada na última safra, quando foram colhidas 61,986 milhões (t) de oleaginosas, leguminosas e fibras. Na safra 2017/2018, Mato Grosso garantirá 59,33% da produção regional de grãos -estimada em 100,838 milhões (t) – e 26,52% da produção nacional, projetada em 225,571 milhões (t).
As estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura (Mapa) por meio do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018. No Centro-Oeste e no Brasil, a produção de soja, milho, algodão, arroz, feijão, girassol e sorgo reduzirá, respectivamente, em 2,5% e 5,1%, em comparação com a safra 2016/2017. Na última temporada foram colhidas 103,449 milhões de toneladas de oleaginosas, leguminosas e fibras na região Central do país e 237,671 milhões (t) no território nacional.
Apesar do recuo previsto na produção agrícola em relação à última safra, a colheita no ciclo 2017/2018 deve alcançar o 2º melhor resultado da série histórica da produção de grãos, aponta a Conab. “Mato Grosso responde por um quarto da produção nacional de grãos e por isso o que acontece no Estado influencia no país”, pontua o gerente da Área de Levantamento de Safra da Conab, Cleverton Santana. Segundo ele, a safra agrícola no ciclo 2017/2018 só será menor que a anterior, que apresentou resultados excepcionais. “Será a 2ª maior safra da história e as culturas da soja e do milho alavancam esse resultado”, observa.
Em Mato Grosso, a soja responde por mais da metade (51,19%) da produção estadual de grãos, com volume estimado em 30,630 milhões (t) para a temporada 2017/2018. O milho, plantado no Estado em sucessão à soja e como opção de 2ª safra, representa 44,15% do volume total de grãos produzido no Estado, com volume estimado em 26,420 milhões (t) para a atual temporada.
Conforme o 5º Levantamento de Safra da Conab é esperado ligeiro incremento – cerca de 0,4% – na produção de soja, que pode aumentar para 30,630 milhões de toneladas, ante as 30,513 milhões (t) colhidas na última safra. Atualmente, 19,91% da área ocupada com a oleaginosa -equivalente a 9,518 milhões de hectares – está colhida, segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Os analistas do Imea destacam que ainda restam mais de três quartos da área a ser colhida e que este mês será decisivo para a consolidação da produtividade. Para o milho, a produção estadual poderá ficar abaixo (-8,5%) do último ciclo, com volume total de 26,420 milhões (t), ante 28,867 milhões (t) obtidas da safra 2016/2017. O volume recorde colhido na última temporada contribuiu para elevados estoques de passagens e para a depreciação dos preços do cereal, observa Santana. Além disso, o atraso no plantio da soja nesta safra, devido à demora no início das chuvas, interfere na semeadura do milho, complementa o gerente da Conab.
Algodão
Entre as principais culturas agrícolas mantidas em Mato Grosso, a cotonicultura lidera o crescimento na produção na safra 2017/2018. Nesta temporada está prevista a colheita de 2,882 milhões (t) de algodão em caroço, com incremento de 14% em comparação com o último ciclo, conforme dados do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018, divulgado pela Conab nesta quinta-feira.
Líder nacional nesta cultura, Mato Grosso adicionará ao mercado brasileiro 1,153 milhão (t) de pluma de algodão nesta safra, sendo 14% a mais que na anterior, quando foram colhidas 1,011 milhão (t). Com esse desempenho, a cotonicultura mato-grossense responde por quase a totalidade (91,50%) da produção regional de pluma -estimada em 1,260 milhão (t) – e por mais da metade (64,44%) da produção brasileira, projetada em 1,789 milhão (t). “Devido às condições favoráveis do mercado, com preços mais elevados, a área plantada com algodão cresce em Mato Grosso pelo 2º ano consecutivo”, observa o gerente da Área de Levantamento e Avaliação de Safra da Conab, Cleverton Santana.
De acordo com ele, como os preços do milho estão depreciados, parte dos produtores migraram área até então ocupada com o cereal para a cotonicultura. “As condições estão favoráveis para o cultivo do algodão e a perspectiva é de incremento de 14% na produção, em comparação com o ano passado, que já foi bom”. Santana finaliza que por ser uma cultura muito tecnificada e com custo de produção elevado, os produtores negociam parte da produção antes do plantio.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safra 2017/2018 exibe previsão de ser recorde em Mato Grosso. No início deste mês, 72% da área destinada à cotonicultura estava plantada. A comercialização antecipada da pluma alcançava 63,39% no final de janeiro, aponta o Imea. Nesta safra, a área plantada com algodão corresponde a 703,1 mil (ha) no Estado, com avanço de 12% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 627,8 mil (ha).