O governo de Mato Grosso e produtores do Estado participaram de reunião nesta sexta-feira com membros do governo boliviano e da empresa estatal YPFB com o objetivo de avançar nas negociações para a comprar da ureia boliviana que começará ser produzida. Um grupo de trabalho foi montado e deve se reunir em junho para tratar do tema.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk, destacou que Mato Grosso, com sua capacidade de produção, poderia comprar praticamente toda a ureia da Bolívia. O país vizinho produzirá 600 mil toneladas, quantidade semelhante a que os produtores importam para a plantação de milho e algodão.
“Os bolivianos já têm compromissos internos, já firmou outros compromissos externos. Mas ainda possuem 60% do total da produção para comercialização. Então, ainda sobra uma grande quantidade que pode ir para o mercado brasileiro em geral, inclusive Mato Grosso pode ser um cliente”, disse o secretário Ricardo.
Uma nova reunião deve acontecer no dia 22 de junho, em Florianópolis, no estado de Santa Catarina. Mais uma vez o Estado deve debater a importação do gás boliviano e da ureia. Segundo Ricardo, atualmente o Brasil compra a ureia de países como Catar e Rússia, outra parte é produzida no Brasil, na região de Camaçari, na Bahia.
O deputado federal Fábio Garcia, que integrou a comitiva do Governo do Estado na Bolívia, destacou que a distância beneficiaria muito os dois países, já que a ureia atualmente vem de longe. Outro ponto que destacou como importante foi a necessidade da pavimentação na ligação entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra que ajudaria a baixar o valor do frete.
Representando o setor produtivo, o presidente do Sindicato Rural de Tangará da Serra, Reck Júnior, avaliou positivamente o encontro e lembrou que por ser um grande consumidor, Mato Grosso tem poder de fazer negociações mais favoráveis. “Sabemos também que aqui na Bolívia tem um déficit de soja e podemos ajudar com isso”, completou.


