A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente do Brasil acendeu uma luz de alerta na China que pode prejudicar as exportações de Sinop. Em editorial publicado no jornal estatal China Daily, escrito em inglês para mandar recado aos “parceiros”, o governo chinês alerta que se o futuro comandante do Brasil seguir os passos do norte americano Donald Trump e romper acordos comerciais com o governo de Xi Jinping, o “custo” pode ser alto para o Brasil, que tem a China como sua maior parceira comercial.
Assim como o Brasil, a China é o principal destino dos produtos exportados em Sinop, respondendo por 35% das vendas externas do município. De janeiro a setembro deste ano, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Sinop vendeu quase U$ 104 milhões aos chineses, uma redução de U$ 42 milhões em relação ao ano passado que pode se acentuar se a crise for iniciada de fato.
Diferente de Sorriso e de outras cidades que encontraram alternativa no Irã, com exportação de milho, Sinop ainda não se aproximou deste novo mercado, que deve ser ampliado uma vez que hoje começam as sanções econômicas impostas aos persas pelos Estados Unidos após o fim do acordo nuclear entre as duas nações.
Conforme Só Notícias já informou, os produtores rurais de Sorriso aumentaram suas exportações em 178% entre os meses de janeiro a setembro de 2018 na comparação com o mesmo período do ano passado. Dados do ministério mostram que o município chegou a U$ 3,4 bilhões em exportação contra os U$ 1,2 bilhões vendidos nos nove primeiros meses de 2017. Os valores a elevam à 7ª maior exportadora do Brasil, à frente de cidades como Santos, em São Paulo, e Macaé, no Rio de Janeiro.
O salto no ranking nacional de exportadores se deve à grande venda de milho feita ao Irã. Em 2017, 47% do que se produziu em Sorriso foi para a China, ao passo que este ano, 81% das vendas, ou U$ 2,9 bilhões, foram para o Irã, que se tornou o segundo maior parceiro comercial de Mato Grosso.