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Integração de ferrovias em Mato Grosso anima produtores

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As obras e a integração das ferrovias Malha Norte Rumo (antiga Ferronorte), Ferrogrão e Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) foram debatidas nesta quinta-feira, em Nova Mutum, no evento Ferrovias e a Integração dos Modais. Num auditório lotado de produtores rurais, lideranças políticas, técnicos e consultores especializados, o governador Pedro Taques e o secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo Duarte centralizaram as discussões sobre propostas de projetos de um modal viável para alavancar os investimentos em logística no estado.

“Precisamos da Fico, que liga Campinorte (GO) a Vilhena (RO), passando por Água Boa, Lucas do Rio Verde e Brasnorte. Os chineses estão interessados na Fico”, disse o governador. Em relação à Malha Norte Rumo, ele defendeu com veemência a chegada dos trilhos a Cuiabá. “Esta é a ferrovia da união. Alguns dizem que não é viável passar por Cuiabá, mas algumas coisas não se medem apenas pela economia. Muitas vezes a ferrovia vai fazer com que o desenvolvimento econômico chegue. Vejamos a história do Oeste americano. Como governador, defendo a passagem por Cuiabá”, ressaltou.

Taques disse que o investimento estimado para a execução da obra da Rumo é pequeno em comparação ao que se gasta para pavimentar e recapear estradas, além dos benefícios gerados pela ferrovia, como redução no custo do transporte. “Em nossa administração já gastamos R$ 1 bilhão e 800 milhões em rodovias com dinheiro dos produtores rurais por meio do Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação). De toda forma, o Estado pode não atrapalhar para que a ferrovia se expanda de Rondonópolis até o Médio-Norte de Mato Grosso. Se o Estado não atrapalha, ele já faz muito”.

O governador também ressaltou que o governo estadual realiza todo o esforço possível para que a empresa Rumo, que adquiriu a ALL, consiga a renovação da concessão de exploração da malha paulista, referente aos trilhos da empresa que passam pelo Estado de São Paulo antes de chegar ao Porto de Santos. A renovação da concessão é essencial para que a empresa invista na expansão dos trilhos da Malha Norte Rumo em Mato Grosso, podendo chegar a Cuiabá. “Tivemos todo um esforço que culminou em duas reuniões com o governador Geraldo Alckmin”, salientou Taques.

Na terça-feira (21) o vice-governador Carlos Fávaro e Marcelo Duarte estiveram no Tribunal de Contas da União para agilizar o processo de concessão da Malha Paulista e, consequentemente, destravar os investimentos em ferrovia no Estado de Mato Grosso.

Presente ao debate em Nova Mutum, o diretor-regulatório e institucional da Rumo, Guilherme Penin, esclareceu que os trilhos explorados pela empresa no Estado de São Paulo são antigos, idealizados na época da exploração do café no Brasil Imperial. Há aumento de custo neste trecho pela demora no transporte e incremento no consumo de combustível, um contraste com a situação dos trilhos de Mato Grosso, que são novos. A empresa, portanto, precisa fazer melhorias no trecho da Malha Paulista. Contudo, este investimento não seria pago até o término da concessão, que encerra em 2028. Diante disso, a Rumo pede a renovação do contrato. Se isso acontecer, a empresa está disposta a ampliar sua presença em Mato Grosso. “Só faz sentido falarmos em expansão em Mato Grosso se modernizarmos a Malha Paulista”, salienta o diretor institucional da Rumo.

Secretário de Infraestrutura e Logística e autor de um artigo recente sobre ferrovias, Marcelo Duarte avalia que há um interesse maior das empresas em investir em ferrovias em Mato Grosso depois do anúncio do projeto da Ferrogrão – ferrovia de 1.142 km prevista para seguir paralela à BR-163 e que ligará a região produtora de grãos de Mato Grosso ao porto de Miritituba (PA). A primeira audiência pública da Ferrogrão foi realizada em Cuiabá nesta semana. Estão previstas seis.

“A competição é saudável. Eu vejo pessoas perguntando porque a ferrovia não cobra muito mais barato que o caminhão. Então a competição é necessária. A Ferrogrão está prevista a médio prazo. A Fico vem se desenhando. Só com competição vamos ter preços mais baratos. A Rumo veio para mostrar que não é só importante passar para a iniciativa privada, é importante ter o órgão regulador. Dizem: ‘Ah, se o governo é incompetente, privatiza’. Mas o governo tem o dever de ser competente, pois a iniciativa privada está preocupada com seus lucros. O governo também tem que ser forte na regulação para que o interesse público possa prevalecer”, discursou Marcelo Duarte.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabelo Castro, disse que a instituição tem novidades para os investidores. “Pela primeira vez o governo está apontando para uma taxa de juros civilizada, na faixa de 7%. O BNDES deve acompanhar esta taxa de juros e há uma aproximação do BNDES com novas fontes de financiamento”, frisou.

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