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Instituto conclui estudo e aponta 5 pragas do algodão em Mato Grosso consideradas críticas

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Só Notícias/Agronotícias (foto: Só Notícias)

Lagarta do gênero Spodoptera ssp, nematoides, mosca branca, bicudo-do-algodoeiro e percevejo marrom são pragas encontradas nas lavouras de algodão que preocupam os produtores mato-grossenses. Pesquisas envolvendo o acompanhamento do controle químico do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) apontam que a resistência pode estar ocorrendo por vários problemas, como a repetição do uso de alguns princípios ativos. O monitoramento nas lavouras é intensificado a cada safra. Conforme o diretor-executivo do IMAmt, Álvaro Salles, o monitoramento é essencial, pois é através dele que se poderá perceber o quanto as pragas estão se tornando cada vez mais tolerantes aos químicos utilizados.

A constatação da resistência ocorre inclusive nas lavouras de soja e milho. No caso da lagarta Spodoptera se tem verificado tolerância a todos os transgênicos, inclusive aos novos que estão sendo lançados no mercado. Já entre os nematoides se tem observado um crescimento da população em áreas mais arenosas, principalmente do gênero Meloidógyne Incógnita, e nas áreas argilosas do nematoide Rotylenchulus Reniformes, por vezes associado ao Meloidógyne Incógnita.

O diretor-executivo do IMAmt comenta que no caso da mosca branca a observação dos pesquisadores é que o seu crescimento nas lavouras está associado ao sistema de produção utilizado (soja-algodão), bem como o uso intensivo de inseticidas e fungicidas que estão causando a diminuição dos inimigos naturais (principalmente fungos) que poderiam controlar o inseto. “Além disso, o bicudo-do-algodoeiro é sempre um problema, assim como o percevejo marrom”, diz Álvaro Salles.

Em junho, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) divulgou o custo de produção do algodão em Mato Grosso para a safra 2019/2020. Os dados referem-se ao mês de maio e apontavam um custo operacional de R$ 9 mil por hectare, um aumento de 1,42%% ante abril. De acordo com o IMEA, tal alta está ligada à elevação do dólar que influenciou nos insumos, que são cotados pela moeda norte-americana.

“Como nós estamos vendo que o uso de químicos está cada vez mais caro, o IMAmt lançou um programa muito forte para controle biológico. Inicialmente nós vamos ter no mercado produtos já utilizados por outros, mas temos um grande trabalho de prospecção para procurarmos microrganismos presentes em Mato Grosso que sejam efetivos para cada uma destas pragas”, comenta Álvaro Salles.

O trabalho de prospecção, diz o diretor-executivo do IMAmt, teve início há cerca de dois anos. Inicialmente o projeto teve início através de trabalhos com nematoides em Mato Grosso, no qual existia um banco de solos.

“Nós tínhamos um banco de solos que o pesquisador Rafael Galbieri coletou no acompanhamento que ele faz com nematoides. Diante disso, nós começamos nele a prospectar fungos e isso deu origem a um banco com mais de 500 cepas diferentes de fungos isolados de Trichoderma, Pochonia e Paecilomyces”, explica Álvaro Salles.

O IMAmt também conta com prospecção na parte de bactérias conhecidas como potenciais agentes de controle natural, com foco em bicudo e em Spodoptera. “Nessa parte de bacilos nós aproveitamos o mesmo banco de solos e realizamos prospecções nele. Ali conseguimos isolar em torno de 1.500 cepas, entretanto a nossa meta é chegar a uns 4 mil isolados. Deveremos fazer missões de coletas de solos em regiões diferentes para tentar mais variabilidade para termos produtos efetivos diferentes do que hoje está sendo oferecido no mercado para que esse produto realmente contribua e assim tenhamos um custo menor de produção com a diminuição da carga de químicos”.

No Instituto também são desenvolvidos trabalhos com com vírus coletados de lagartas encontrados mortas principalmente em milho e algodão, além de fungos, e com isso, já detém um grande banco de variados isolados para diversas pragas, porém mantendo o foco na Spodoptera.

Conforme o direto-executivo do IMAmt, a expectativa é que em 10 anos se consiga reduzir entre 30% e 50% a carga de químicos para o controle de insetos no algodão com esse trabalho de prospecção juntamente com o melhoramento genético. “São muitas coisas que precisarão ser estudadas, mas nós estamos criando este caminho. Logicamente que se tem muito caminho para ser percorrido e achamos que com tudo isso associado certamente muito rápido nós vamos contribuir para a redução dos custos e da dependência unicamente dos agroquímicos que são necessários, porém seu uso deve ser o mais racional possível”.

A informação é da assessoria do IMAmt.

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