quinta-feira, 25/abril/2024
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Instituição fará estudos para avaliar potencial de produção do biogás em Mato Grosso

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O potencial de produção de biogás em propriedades mato-grossenses será alvo de estudos pelo Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás). Também conhecido como gás verde, por ser oriundo da mistura de resíduos agropecuários, o biogás é uma das alternativas para redução dos custos de produção e passivos ambientais do setor. Porém, ainda é pouco explorado.

O diretor presidente do CIBiogás, Rodrigo Regis Galvão, destaca que no Paraná, que possui como característica propriedades de médio e pequeno portes, o potencial de produção é de 8,7 bilhões de metros cúbicos (m3) ao ano. Deste volume, 1,7 bilhão (m3) oriundos apenas de dejetos de suínos, aves e bovinos. “Em Mato Grosso esse volume é muito maior, já que as propriedades são de grande porte. Os rebanhos e granjas são muito maiores e o volume de resíduos que pode ser reaproveitado também. Por meio de estudos, saberemos qual o potencial do Estado e onde ele está”.

Ele conta que algumas fazendas já possuem biodigestores instalados. Mas, aproveitam apenas os biofertilizantes, um dos subprodutos gerados, para adubar as lavouras. O gás, que poderia ser transformado em energia elétrica ou biocombustível, é descartado. “Somente em uma das fazendas que visitamos, o produtor possui 11 biodigestores e queima o gás gerado, o que poderia produzir 12 megawatts de energia ao dia ou ser transformado em biometano e ser usado para abastecer veículos”.

Atualmente, o CIBiogás possui 12 unidades de demonstração, onde são feitos testes do reaproveitamento de resíduos para geração de energia e biocombustível. Uma delas está instalada na propriedade de André Haacke, no município de Santa Helena, oeste do Paraná. A nova tecnologia foi adotada inicialmente como solução para um passivo ambiental e trouxe outros benefícios. Depois de duas décadas trabalhando com aves de postura, a família decidiu investir na instalação de aviários automatizados. Com isso, a geração de resíduos aumentou. Haacke conta que não tinha local adequado para destinar o material. “Foi então que decidimos investir nos biodigestores, que aproveitariam todo o resíduo e ainda nos geraria energia para a manutenção dos aviários”.

O produtor conta que, até então, tinha muitos problemas com o fornecimento de energia e a interrupção causava grandes prejuízos com a mortandade das aves. “Cada galinha que morria me dava um prejuízo de R$ 15. Uma queda inesperada de energia podia matar até 15 mil aves. Era um prejuízo muito grande. Com a geração da própria energia acabamos com este problema”.

Outro ganho veio com a geração de biofertilizante. “Os resíduos dos aviários passam por um filtro antes de ir para os biodigestores. O que é eliminado nesta 1ª etapa vai para as plantações de milho e pasto. No biodigestor, há separação do gás e do adubo, que também é aproveitado”. O milho e o pasto garantem a produção de gado em confinamento, outra atividade mantida pela família. E os dejetos dos animais também vão para os biodigestores. Nada se perde. Atualmente, a usina de biogás em funcionamento na propriedade produz 1,5 mil (m3) de biogás por dia. Parte deste volume é transformado em biometano, para abastecer os veículos da fazenda.

Por meio de uma parceria com a usina de Itaipu, em torno de 10% do gás também são destinados para abastecer a frota da hidrelétrica. Presidente da CIBiogás, Rodrigo Regis Galvão, afirma que além de não emitir gases do efeito estufa, o custo do biometano, um subproduto do biogás, é menor do que outros combustíveis. “Em Foz do Iguaçu, por exemplo, para rodarmos 1 km com etanol, gastamos 36 centavos. Com biometano, o custo é de 24 centavos”.

Segundo Rodrigo Galvão, para consolidar o mercado de biogás, seja para geração de energia limpa ou biometano, é preciso que sejam definidos planos de negócios, com viabilidade econômica e financeira. “Hoje, a tributação aplicada é a mesma do combustível fóssil. O governo precisa diferenciar a cobrança para incentivar o produtor. Os países têm como meta reduzir as emissões de gases do efeito estufa e esta é uma excelente alternativa. Estamos no caminho e Mato Grosso é nosso principal mercado”.

Fonte: A Gazeta (foto: divulgação/arquivo)

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