Depois de sete meses mais tranquilos para realizar compra, conseguindo alongar bem suas escalas, a indústria frigorífica começa a sentir os reflexos da seca. A constatação foi divulgada, há pouco, pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Segundo o relatório, a média da escala de abate dos frigoríficos atingiu no mês de agosto (média até o dia 25) o menor valor do ano, chegando a 6,16 dias. O Imea aponta que no dia 23 a escala atingiu 5,32 dias. Para o instituto, no entanto, a dificuldade da indústria frigorífica pode resultar em melhores condições para os pecuaristas no Estado.
“A dificuldade em completar escala tem pressionado as indústrias a oferecerem melhores preços aos produtores, e desta forma o boi gordo à vista tem galgado consecutivas valorizações nas últimas semanas, voltando ao patamar dos R$ 123/@, fato que não acontecia desde o dia 25 de maio”.
Para o instituto, como a seca não deve dar trégua até o início de outubro e as entregas do segundo giro do confinamento se concentram após o mês de setembro, “uma lacuna de oferta se abre no mês de setembro e tal fato pode indicar mais poder de barganha para o pecuarista negociar melhores preços”.