O governo deve licitar, até o fim do ano, a ferrovia que ligará Sinop ao porto de Miritituba, no Pará, conhecida como “Ferrogrão”. A previsão foi feita, hoje, em Brasília (DF), pelo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro, durante o VII Brasil nos Trilhos, evento organizado pela ANTF (Associação Nacional dos Transportes Ferroviários), com patrocínio da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
“Estamos trabalhando para publicar os editais ainda neste ano. Para o segundo semestre, o processo de licitação da Norte-Sul já deve estar pronto, assim como o da Ferrogrão. Com as novas concessões, acreditamos que teremos um investimento na ordem de R$ 25 bilhões no modal ferroviário em 30 anos”, disse Casimiro.
O ministro afirma que a prorrogação de contratos de concessão vigentes também é prioridade, e a ideia é que todos sejam renovados ainda em 2018. “As análises já estão sendo feitas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e, depois, aguardaremos o procedimento do TCU (Tribunal de Contas da União)”, destaca.
Antes das primeiras rodadas de concessões, em 1997, de acordo com dados da ANTF, o Brasil contava com 1.154 locomotivas. Já em 2015, a quantidade chegava a 3.182 unidades, um aumento de 176%. Durante o mesmo período, o número de vagões passou de 43.816 para 103.098, alta de 135%.
Outro número que mostra os ganhos da primeira rodada de concessões ferroviárias é que, nas últimas duas décadas, houve crescimento de 142% na produtividade, com um salto de 137,2 para 331,9 bilhões de TKU (toneladas transportadas por quilômetro útil).
Para o diretor-geral da ANTT, Mário Rodrigues, as melhorias no transporte sobre trilhos trazem ganhos para todo o sistema de transporte. “Precisamos enxergar o transporte como um todo. Para isso, temos que olhar para todos os modais, para a origem e o destino das cargas, e pensar na multimodalidade”, destaca.
Atualmente, por meio dos trilhos, 90% dos minérios extraídos no Brasil chegam aos portos. O modal também é responsável pelo transporte de 35% das commodities agrícolas exportadas.
O prazo de concessão da Ferrogrão será de 65 anos e os investimentos previstos são de R$ 12,6 bilhões. O projeto, previsto incialmente entre Sinop e Itaituba, tem 1.142 quilômetros de extensão. O novo corredor ferroviário de exportação, que promete melhorar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste via Miritituba, tem previsão de carregar até 42 milhões de toneladas de grãos em 2050.