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Fundo da Marinha investe em barcaças para baixar custo do transporte de cargas pelo Norte

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O Fundo da Marinha Mercante (FMM) financiou a construção de 63 barcaças em 2017, ultrapassando a média de 50 barcaças construídas por ano pelo Fundo, nos últimos quatro anos. As barcaças construídas, que transportam muito mais barato do que os caminhões, vão operar no corredor logístico Norte. O corredor vem conquistando a preferência no escoamento da safra de soja e milho. De 2009 até o fim de 2017, a movimentação via Arco Sul – com destino aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) – cresceu 79%, três vezes menos do que a movimentação para os terminais portuários do Arco Norte, 229%.

“Até 2030 a movimentação entre esses corredores deve se igualar, embora hoje o escoamento via Arco Sul seja muito maior em números absolutos”, prevê o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz, informando que em 2017 o Arco Norte havia movimentado 23,9 milhões de toneladas até outubro, enquanto o Arco Sul havia movimentado 74 milhões de toneladas.

O transporte aquaviário viabiliza a movimentação por esse corredor, diminui o fluxo de veículos de carga pelas rodovias, ajudam na redução dos custos com manutenção rodoviária, proporciona mais seguranças aos motoristas e às cargas transportadas, evitando riscos de assaltos, e reduz o tempo de viagem em até seis dias em relação aos portos do sul do Brasil.

Os agricultores que produzem soja e milho em plantações que se espalham por Rondônia, Norte de Mato Grosso e Goiás, principalmente, dispõem de três hidrovias para escoar a sua safra: Madeira, ligando Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM); Tapajós, entre o Norte de Mato Grosso (Porto dos Gaúchos e Sinop) e Itaituba (AM); e Araguaia, de Marabá, no sul do Pará, até Belém. As três desembocam no Rio Amazonas. Seguem em navios menores até o Porto de Vila do Conde (PA), onde são embarcadas em navios adequados a fazer a travessia do Oceano Atlântico até os mercados da Ásia e Europa.

O investimento em barcaças têm grande retorno, porque reduzem significativamente o custo do transporte. O custo energético do caminhão é aproximandamente 4 vezes maior que o da barcaça. As barcaças ainda tem a vantagem de transportar até 3 mil toneladas, cada, substituindo aproximadamente 85 caminhões carregados de 35 toneladas, cada. Geram uma economia de 1.497 litros a cada mil quilômetros.

Em 2017, o modal aquaviário ultrapassou o ferroviário em movimentação de cargas no país, alcançando a 2ª posição, com 101,5 milhões de toneladas transportadas, um aumento de 20% comparado a 2016. A matriz transportes no Brasil hoje se divide em 65% por rodovias; 16%, aquaviário; e 15%, ferrovias.

“O FMM está impulsionando a construção naval e o transporte aquaviário”, afirma a diretora do FMM, Karênina Martins, explicando que o modal aquaviário, comparado aos demais, apresenta vantagens importantes para o escoamento da produção brasileira, “com menor custo e impacto ambiental”. No total, o FMM realizou investimentos de R$ 2,3 bilhões no ano passado.

Embarcação de fundo chato, reforçada, usada para transportar grandes quantidades de cargas, como cimento, carvão, areia, soja, açúcar e outros. Algumas são empurradas ou puxadas por empurradores, outras propulsionadas por seus próprios motores.

A produção de cada embarcação dura em média 60 dias. As principais barcaças construídas no Brasil, com recursos financiado parcialmente pelo FMM são do tipo Box (barcaças fixas) e as Racked (localizadas na frente ou nas laterais para ajudar na locomoção do comboio).

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