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Evento do agro reúne três ministros e mais de mil pessoas em Cuiabá

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Transpor obstáculos e superar limites tornou-se fórmula de sucesso para o agronegócio mato-grossense. A pujança do setor motivou um amplo debate em Cuiabá nesta segunda-feira, promovido pelo Grupo Gazeta de Comunicação, no Cenarium Rural. Com a presença dos ministros da Agricultura, da Fazenda e do Meio Ambiente, respectivamente, Blairo Maggi, Henrique Meirelles e Sarney Filho, foram abordadas as políticas públicas de fomento ao setor.

Também foram oportunizadas manifestações de representantes de segmentos da cadeia produtiva sobre os entraves que ainda engessam a atividade no campo. A iniciativa de ampliar o debate sobre a atividade agropecuária foi elogiada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Ele lembrou que na década de 1970, o Brasil era importador de alimentos.

Nesse contexto, Mato Grosso produzia 30 mil toneladas de grãos e hoje esbarra em 60 milhões (t), segundo estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2017/2018. A capacidade produtora de oleaginosas, leguminosas e fibras de Mato Grosso tornou clichê a metáfora “celeiro do mundo”. Como lembrou o presidente do Grupo Gazeta de Comunicação, João Dorileo Leal, a meteórica trajetória ascendente do agronegócio mato-grossense tem sido acompanhada nos últimos 27 anos pelo Grupo Gazeta, que se pauta na defesa do desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso.

Lembrou que o Estado lidera a produção de soja, algodão, milho de 2ª safra e carne bovina “da melhor qualidade para abastecer o mundo”. Dorileo defendeu a contrapartida do governo federal em investimentos em logística de transporte para que o Estado continue a crescer e ajudar os números do país. “O futuro econômico do Brasil passa por Mato Grosso e pelo agronegócio. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro mostra isso”.

Em 2017, a economia de Mato Grosso cresceu 10 vezes mais que a média brasileira. No 3º trimestre do ano passado, o PIB do Estado subiu 14,1% em relação ao mesmo período de 2016, enquanto a taxa trimestral para o país avançou em 1,4%. A agropecuária permanece como o setor que mais impacta a geração de riquezas em Mato Grosso. Entre os 3 setores econômicos avaliados no 3º trimestre de 2017, a atividade cresceu 49,8% sobre igual período de 2016. Indústria e serviços cresceram, respectivamente, 2,6% e 1,7%, segundo a Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan).

Além disso, a produção agropecuária mato-grossense movimentou R$ 70,218 bilhões em 2017, aponta o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Deste montante, a maior parte (78,97%) é justificada pela produção de grãos, que adicionou R$ 55,510 bilhões. A participação da pecuária de corte na formação do Valor Bruto da Produção (VBP) foi equivalente a R$ 14,774 bilhões.

Diante desses indicadores, Dorileo defendeu que Mato Grosso se mantenha como grande produtor e exportador de commodities agrícolas, mas sem abdicar da vocação para a agroindústria e para a verticalização da produção. “Fica aqui nosso apelo a vocês, ministros da República. Olhem para Mato Grosso, invistam em nosso Estado. Mato Grosso sempre responderá positivamente ao Brasil. É investimento com retorno absolutamente positivo ao país”.

Cobranças

O governador Pedro Taques (PSDB) lembrou que Mato Grosso pode ampliar a produção de grãos e proteína sem avançar no desmatamento, com o plantio de lavouras e pastagens em 16 milhões de hectares de áreas antropizadas. Endossou as cobranças para que a União auxilie o Estado, especialmente em relação aos repasses atualizados do Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX).

Os repasses do FEX funcionam como uma compensação da União aos estados pela isenção do pagamento de ICMS sobre as exportações de produtos primários e semielaborados. Foi regulamentado por meio da Lei Kandir (Lei Complementar 87/1996). Em pouco mais de 20 anos, Mato Grosso perdeu R$ 30,8 bilhões em arrecadação com a Lei Kandir, conforme calculado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa).

Ajustes na Lei Kandir foram propostos e ainda serão votados no Congresso Nacional. “Tem que regulamentar a Lei Kandir para que Mato Grosso receba US$ 5 bilhões por ano. Fazemos muito pelo país, mas o governo federal faz muito pouco por Mato Grosso”. Apesar da crítica, Taques destacou a importância da desoneração para as exportações e lembrou o avanço na produção estadual nos últimos 20 anos.

Entre 1997 a 2017, as exportações subiram de US$ 926,526 milhões para US$ 14,728 bilhões, com avanço de 1.589%. Atualmente, Mato Grosso ocupa a 6ª posição no ranking brasileiro de exportações. “Temos um negócio eficiente, dinâmico, moderno e não temos medo de competir com o mundo”, disse o ministro Blairo Maggi durante sua palestra sobre abertura de mercados. Ele lembrou a importância da China como parceiro comercial de Mato Grosso e acrescentou que a Índia também é um grande mercado consumidor. “Mas, abertura de mercado não funciona só com aumento da produção”.

Para vender fora do país é preciso aperfeiçoar as regras fitossanitárias e superar a burocracia. Maggi defendeu a ampliação de mercado para os produtos brasileiros e nesse sentido destacou a atuação dos adidos agrícolas e das associações de produtores. Mencionou o impacto da 1ª fase da Operação Carne Fraca, deflagrada em março de 2017 pela Polícia Federal e que culminou em barreiras internacionais colocadas por mais de uma centena de países.

Acrescentou que na 3ª fase da Operação Carne Fraca, chamada de Trapaça, desencadeada este mês, atingindo a avicultura, o impacto negativo foi menor. “Reposicionamos as comunicações. Fizemos uma nota explicativa para todos os embaixadores que estão no Brasil em representação a outros países e para aqueles fora do país, antes de a imprensa noticiar”, expôs.

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