Mato Grosso deve colher 30 milhões de toneladas de milho nesta safra, segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com produtividade média de 103 sacas por hectare. A safra recorde em volume ainda não é motivo de comemoração para os produtores rurais do estado.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin, os preços não remuneraram a produção em grande parte de Mato Grosso, muitos agricultores irão fechar a safra no vermelho. “Tivemos um alívio com a comercialização aumentando, muito por causa dos leilões governamentais. Porém, não podemos ficar dependentes do preço mínimo. É preciso ter rentabilidade”, explica.
Para debater os gargalos e soluções para a cultura de milho no país, o Fórum Mais Milho rodou o país durante todo o ano. “Neste evento, tivemos a oportunidade de discutir tecnologia, comercialização, logística, armazenagem, renda ao produtor. Em um segundo momento, vamos focar muito em tecnologia e agregação de valor, como etanol de milho, carnes, etc”, diz Glauber Silveira, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e idealizador do projeto.
O encerramento foi realizado na sexta-feira (7), em Primavera do Leste, com o 1º Fórum Internacional do Milho. Embaixadores e representantes de embaixadas de Moçambique, Israel, Angola, Sérvia, Polônia, Nepal, Timor Leste, Nicarágua, Macedônia, Bolívia, Guatemala, El Salvador, Panamá, Costa do Marfim, Singapura, Irã, Alemanha, Argentina, Espanha, Polônia e México estiveram presentes para conhecer melhor este mercado.
“Vimos aqui o potencial da agricultura brasileira e tivemos a oportunidade de compartilhar conhecimento e, ainda, verificar as oportunidades de investimentos. Acredito que por meio da cooperação entre Brasil e os nossos países, este fórum é uma oportunidade de diálogo permanente”, disse Nelson Manuel Cosme, embaixador de Angola.
O presidente da Abramilho, Alysson Paolinelli, frisou a importância do milho nos mercados mundiais. “O mundo está crescendo em população e renda. Assim, a alimentação de qualidade também melhora, as famílias aumentam o consumo de proteínas nobres, o que significa mais milho e mais soja. Há uma preocupação de não se ter o volume necessário para atender esta demanda, mas acredito que com esta demonstração de competência dos agricultores do Brasil, com milho de qualidade, passamos a ser os guardiões da segurança alimentar mundial”, disse.
O governador Pedro Taques afirmou que o Estado se empenha para ajudar o setor produtivo. “O Governo de Mato Grosso tem procurado ajudar para que possamos ter uma logística de produção e transporte favorável. Em dois anos e seis meses fizemos mil e setecentos quilômetros de estradas, o que faz com que o preço do milho exportado diminua. Temos criado um ambiente favorável aos negócios na Secretaria de Fazenda e a Secretaria de Meio Ambiente também reduziu em 40% os prazos para licenças ambientais”, contou.