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Diretor defende nova hidrovia do Nortão a Santarém e considera que Teles Pires-Tapajós é inviável

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Só Notícias/Editoria (fotos: Everton Amaro/assessoria/arquivo)

O diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz, confirmou que estão sendo feitos estudos para viabilizar a hidrovia Arinos-Juruena-Tapajós, ‘partindo’ do município de Porto dos Gaúchos (250 km de Sinop) até o porto em Santarém (PA) para escoamento de parte da produção agrícola do Nortão e Médio Norte. A extensão é de aproximadamente 1,5 mil km. A fase atual é a de inventário por parte de uma empresa de pesquisa energética do Ministério de Minas e Energia. No ministério da Infraestrutura foi apresentada solicitação de viabilidade técnica, econômica e ambiental nos rios Arinos e Juruena.

“Essa hidrovia é viável porque nenhuma usina (hidrelétrica) foi licitada. Então, temos todas chances de, ao serem licitadas as futuras usinas -uma no Arinos, 3 no Juruena e 3 no Tapajós- de serem feitas as eclusas (obra que permite as embarcações navegarem em locais onde há desníveis como barragem, quedas de água ou corredeiras),” explica Edeon, ao Só Notícias. Sem eclusas não há hidrovias. Ele aponta que a hidrovia Arinos-Juruena-Tapajós tem grande viabilidade em relação a hidrovia Teles Pires-Tapajós, que partiria da região de Alta Floresta mas que “dificilmente vai ser viabilizada porque foram construídas (no Teles Pires, em Sinop e Colíder) usinas hidrelétricas sem as eclusas”. “Antes da hidrelétrica ficar pronta o gasto com eclusas é de 7%. Depois de pronta, é de 40%. Dificilmente vai ser viabilizada devido aos altos custos. Não acredito que a Teles Pires-Tapajós saia do papel”, analisou. “Quando foram licitadas as hidrelétricas não havia obrigatoriedade para construir as eclusas e a lei tornando-as obrigatórias foi aprovada lei em 2015”, acrescentou.

O diretor-executivo expôs que “nas regiões Médio Norte, Norte e Noroeste do Estado, desde Juína, Juara em direção a Sinop, Sorriso e ao Xingu e divisa com Pará, calculamos que em 2028 essa região estará produzindo 60 milhões de toneladas de grãos. Essa quantidade seria disputada entre a ferrovia (Ferrogrão ligando Sinop a Miritituba) e a hidrovia. Pela 163 haveria redução de transporte porque os outros dois modais terão frete mais baratos”.

“Se o frete rodoviário for R$ 100 por tonelada, o ferroviário seria no máximo R$ 70/tonelada e o hidroviário R$ 30″, compara. Num comboio que sai hoje de Miritituba (PA) com 20 barcaças para Vila do Conde (Pará) levando 40 mil toneladas de grãos são só dois motores levando tudo isso, o que equivale a mil caminhões levando as mesmas 40 mil toneladas”, aponta.

Edeon prevê que o planejamento é de uma obra a longo prazo que tem uma grande importância na logística para reduzir custos de transporte de grãos, madeira e demais produtos. “Será um grande sonho a ser realizado. Hoje só temos a 163 até Miritituba. Existe projeto para ser feita a Ferrogrão – de Sinop a Miritutuba- e viabilizando a hidrovia teremos 3 modais e com elas a redução será substancial no custo de frete”. “Hidrovia nunca foi prioridade para os governos. Estamos trabalhando para que seja prioridade”, concluiu.

Hoje, em Cuiabá, termina o encontro com lideranças empresariais e de entidades com o DNIT – Departamento Nacional de Infra-estrutura detalhando as medidas do Programa de Integração Permanente de Iniciativas para o Desenvolvimento Sustentável da Navegação e das Hidrovias. Estão sendo analisados os entraves para ampliar a utilização das hidrovias e discutir ações viáveis de curto e médio prazos para fomentar esse modal.

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