Número de bovinos confinados em 2018 será maior levemente maior em relação ao ano passado. De acordo com o levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a alta chegará a 1,95% este ano. Passará de 694,145 mil animais para 707,680 mil, de um ano para outro.
Invaldo Weis, pecuarista na cidade de Santa Carmem (a 500 km de Cuiabá), é um dos que pretende confinar. Incluirá no sistema 750 animais, como faz anualmente no período da seca. “Vou confinar a partir de junho e manter os animais até o fim de setembro, por um período de 90 a 100 dias. É o chamado confinamento estratégico, que retira os animais para abate do pasto para não perder a qualidade”, explica.
O objetivo é preservar o pasto para os demais animais que não irão para abate, como vacas paridas e bezerros, além de engordar aqueles que irão para o abate. “No pasto, o animal ganha cerca de 700 gramas por dia. No confinamento o ganho é de 1,8 kg por dia, em média”, informa Weis. O produtor afirma que só não confina mais animais porque o custo é alto.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) destaca que no ano passado a intenção de confinar era maior do que o número registrado no fim do ano. Em abril de 2017, produtores pretendiam confinar 701,850 mil animais, mas o ano encerrou com 694,145 mil animais confinados.
Para o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, os pecuaristas estão calculando os custos e a tendência de preços da arroba para tomar a decisão. “O confinamento é atividade que exige mais planejamento para que seja rentável dentro da pecuária. Com alta dos insumos e instabilidade no preço da arroba, os produtores não devem investir na ampliação do plantel confinado”, prevê.
O planejamento inclui o cálculo de custo, do preço no mercado futuro e a aquisição dos insumos antecipadamente, de acordo com a Acrimat. O milho e os derivados de soja estão mais caros, enquanto a torta de algodão está 52% mais barata. Outra alternativa este ano será o DDG (derivado no milho processado na fabricação de etanol). Mas, o fator que mais tem pesado na tomada de decisão é o preço da arroba do boi, que teve desvalorização de 1,4% de janeiro para cá. Se comparar com a cotação do mercado futuro, a queda é de 3%.