O intervalo de aplicação dos fungicidas utilizados no controle da ferrugem asiática da soja passou de 21 para 14 dias no Brasil. A orientação é da Comissão Técnica de Reavaliação de Fungicidas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O grupo, formado por fitopatologistas e pesquisadores do setor, reavaliou os produtos disponíveis no mercado e analisou suas bulas.
“A comissão verificou que existiam fungicidas com intervalo de aplicação de 21 dias, mas com a eficácia menor observada nas últimas safras em função da resistência do fungo aos produtos, o controle da ferrugem asiática estava comprometido. Os custos irão aumentar um pouco, mas os fungicidas registrados agora terão sua eficácia garantida no combate à doença, quando aplicados conforme recomendação da bula”, explica Roseli Giachini, 2ª vice-presidente Norte da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e coordenadora da comissão de Defesa Agrícola.
Doutora em Fitopatologia, ela é a representante da Aprosoja na comissão técnica formada também por representantes da Sociedade Brasileira de Fitopatologia, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) e pelo Comitê Brasileiro de Ação à Resistência a Fungicidas (FRAC-BR).
Roseli Giachini conta que a comissão técnica reavaliou todos os fungicidas disponíveis no mercado brasileiro e as empresas defenderam seus produtos apresentando laudos e pareceres técnicos de eficiência. As empresas que não encaminharam os documentos tiveram seus fungicidas suspensos para o alvo ferrugem asiática da soja, ou seja, deixaram de ser indicados para combater a doença.
Dos mais de 100 produtos analisados, apenas 26 foram mantidos no mercado com indicação para o controle da ferrugem asiática da soja. “A participação da Aprosoja foi fundamental na avaliação destes produtos porque nós, produtores rurais, estamos diariamente nas lavouras e verificamos diretamente se os fungicidas estão ou não controlando a doença no campo. Além disto, também nos preocupamos em evitar uma redução drástica do número de fungicidas para o alvo ferrugem asiática disponíveis no mercado, o que deixaria o custo de produção da cultura da soja bastante elevado”, avalia a diretora da associação.