Sojicultores estão na reta final da colheita da soja em Mato Grosso. No fechamento da última semana, 94,41% da área ocupada pela oleaginosa estava colhida, aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Na maior parte das propriedades do Estado, a sojicultura cede lugar para o plantio do milho.
Nesta temporada 2017/2018 os produtores terminam a colheita da oleaginosa mais tardiamente em relação ao ciclo anterior, devido ao atraso no plantio pela falta de chuva no Estado. Com rendimento médio de 55,98 sacas por hectare, a produção de soja está estimada em 31,789 milhões de toneladas nesta temporada, obtidas de uma área de 9,464 milhões de hectares, segundo o Imea.
Conforme verificado pela expedição Rally da Safra, o clima irregular nesta temporada provocou perdas pontuais no sudeste mato-grossense, bem como nas regiões oeste e norte do Paraná, na metade sul do Rio Grande do Sul e no sudoeste de Goiás. Esses contratempos foram compensados por chuvas regulares e que trouxeram excelente produtividade para o Médio-Norte e Oeste de Mato Grosso, leste de Goiás, além do Mato Grosso do Sul, Planalto Gaúcho, Piauí, Tocantins, oeste da Bahia e noroeste de Minas Gerais.
“No início da safra, havia apreensão por conta do La Niña, que não se concretizou. A chuva irregular trouxe atraso no plantio. Na sequência, eventos climáticos afetaram áreas de produção importantes. Esse cenário indicava uma safra menor, mas, ao final, tivemos produção e produtividade acima das expectativas”, comenta o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa.
Segundo ele, se o clima tivesse repetido o desempenho ou fosse tão regular quanto no ano passado, a safra brasileira de soja ultrapassaria 120 milhões de toneladas. Outra constatação do Rally da Safra é que as lavouras de soja demonstraram um novo patamar de potencial produtivo e que os produtores que investem em tecnológica têm retorno e produtividade acima da média.
Segundo Pessôa, somente as lavouras de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul não bateram recordes de produtividade. Em Mato Grosso, a colheita da soja termina este mês, lembra o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Antônio Galvan.
A atenção dos sojicultores mato-grossenses se volta agora para o cultivo do milho, plantado como opção de 2ª safra. Até o momento, o clima favorece a cultura e a produtividade também poderá surpreender. “Este ano sinaliza uma safra boa, mas ainda vai depender muito das chuvas neste mês de abril”, acrescenta Galvan.
Além de uma boa colheita, os produtores esperam alcançar preços melhores com a venda do milho. A recuperação na cotação do cereal é estimulada pela diminuição na produção argentina e no sul do Brasil. “A grande maioria dos produtores não tiveram renda com a última safra de milho. Em função dos preços no ano passado, houve redução de área de milho na região Sul”. Na edição deste ano, 3 equipes do Rally da Safra vão avaliar as lavouras de milho em Mato Grosso entre 14 de maio e 8 de junho.