A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) começou a parte prática do projeto Guardião das Águas, que tem como objetivo acelerar a recuperação de áreas degradadas de propriedades rurais do estado, focando nas nascentes de bacias hidrográficas. Anteriormente, a área Socioambiental da Aprosoja fez o mapeamento de bacias hidrográficas em todo o Estado. Em seguida, foi definida a Fazenda Zonta, na Região Oeste, do associado Eleonir Zonta, como a primeira propriedade.
Administrada por ele e seus filhos Jhovani e Jonas Zonta, a fazenda de pouco mais de 4 mil hectares possui nascentes das bacias do Paraguai e Amazônica. No entorno da propriedade, a Aprosoja localizou 71 outras nascentes. “A fazenda é a primeira do nosso projeto e foca na Bacia do Paraguai, que alimenta o Pantanal, mas nosso objetivo é ampliar o Guardião das Águas, que identificará os ativos das propriedades rurais e seu entorno. Caso existam passivos, vamos restaurá-los. No caso da Fazenda Zonta, a área próxima à nascente da bacia do Paraguai já está em processo de regeneração natural. O que nós vamos fazer é o enriquecimento do local com espécies nativas para acelerar essa recuperação”, afirma Marlene Lima, assessora Socioambiental da Aprosoja.
Ainda faz parte do processo de recuperação da área a limpeza do local e o coroamento das mudas, que é a limpeza ao redor da planta para que outras espécies não abafem seu crescimento. Nessa etapa, a Aprosoja conta com a parceria do Instituto Ação Verde. “Vamos acompanhar a área em recuperação pelos próximos três anos”, completa Marlene.
Sucessão familiar e sustentabilidade – Terceira geração de uma família de agricultores autodidatas, Jhovani e seu irmão Jonas são os primeiros a se formarem em uma universidade. A preocupação com o meio ambiente, no entanto, tem sido natural na família.
“A sustentabilidade é algo que vem desde o nosso avô, que veio do Rio Grande do Sul para Mato Grosso na década de 1980 e tinha a mentalidade de conservação desde sempre. E esse ensinamento passou do meu avô para o meu pai, que passou para o meu irmão e para mim, e nós vamos passar para os nossos filhos. Essa sustentabilidade está em você se preocupar com a floresta, com as nascentes, ou seja, com o ambiente de sua propriedade. Eu acredito que não há ninguém mais preocupado com isso do que o agricultor. É ele que precisa plantar e colher, ele que olha para cima toda hora para ver se vem chuva. Então, nós temos que fazer nossa parte”, afirma Jhovani Zonta.
Sobre o projeto da Aprosoja, Jhovani conta que a parceria complementa o que a família tem feito desde que adquiriu a propriedade, em 2009. “Nós já havíamos avaliado o que precisava ser feito. A chegada da Aprosoja agrega valor e aprimora o que já sabíamos ser necessário. Foi a associação, por exemplo, que indicou o adubamento nos locais necessários, o coroamento e reflorestamento, bem como esse trabalho de levantamento das nascentes. Da nossa parte, o que fica é uma ansiedade de em um futuro breve ver as nascentes abundantes e a mata fechada com fauna e flora já estabelecidas”, finaliza.