Nesta quinta-feira (27), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta e, no Brasil, o dólar subiu e encerrou o dia em campo positivo frente ao real. A combinação teve impacto direto no mercado brasileiro, porém, não de forma generalizada.
Enquanto a oleaginosa disponível subiu 0,69% para R$ 72,50 por saca no terminal de Paranaguá, enquanto recuou 1,37% em Rio Grande, para R$ 72,00. Em Santos, estabilidade nos R$ 71,50. Para a safra nova, alta de 1,39% no porto paranaense, para R$ 73,00, e estabilidade no gaúcho, com a última referência nos R$ 76,00 por saca.
No interior do país, as cotações também não obedeceram a um mesmo movimento. No Paraná, enquanto Castro anotou uma alta de 0,72% para R$ 70,00 por saca, as demais praças do estado pesquisadas pelo Notícias Agrícolas recuaram até 0,84%. Já em Mato Grosso, os indicativos subiram até 1,92% – como foi o caso de Sorriso, para R$ 53,00 por saca.
Com altas no mercado internacional e de câmbio, alguns negócios foram registrados por aqui, porém, não de forma muito intensa, como explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
“O mercado da soja mostrou alguns negócios nesta quinta-feira, apoiado por dois fatores importantes, sendo o primeiro o avanço em Chicago e o dólar positivo no Brasil que deu fôlego para níveis de R$ 73,00 aos R$ 73,50 nos portos – intervalo onde voltaram a fluir fechamentos, com mais interessados em comprar do que em vender. Assim, os negócios ficaram abaixo dos esperados pelos compradores”, disse o consultor.
No mercado internacional, as altas foram motivadas, mais uma vez, pelas adversidades climáticas em pontos de regiões produtoras nos Estados Unidos. Com isso, os preços voltaram a trabalhar acima dos US$ 10,00 por bushel, com altas de 6 a 7,25 pontos no fechamento. O novembro/17, que é a posição mais negociada nesse momento, terminou o pregão com US$ 10,07 por bushel. Nos melhores momentos do dia, os ganhos passaram de 10 pontos.
“Os indicativos de clima nos EUA, continuam apontando para chuvas aindaabaixo do ideal e desta forma volta-se se especular que o USDA poderá trazer nova queda na qualidade das lavouras na próxima segunda-feira e assim o apelo do momento é de leve pressão positiva”, acredita Brandalizze.
Além disso, os últimos dias com chuvas sendo registrados no Corn Belt tiraram parte da força de alta do mercado internacional de grãos e o avanço das cotações na Bolsa de Chicago acabou sendo menos intenso esta semana. No entanto, uma atualização reportada nesta quinta-feira, 27 de julho, do Drought Monitor – um sistema oficial do governo americano que monitora a seca nos EUA – mostra que as condições de seca estão se espalhando por um área maior, reduzindo os níveis de umidade do solo.
O mercado recebeu, também nesta quinta-feira, atualizações dos mapas climáticos do NOAA, o serviço oficial de clima dos Estados Unidos, os quais voltam a mostrar tempo quente e seco no intervalo dos próximos 6 a 10 dias.
Completando o cenário de suporte aos preços, os números das vendas semanais norte-americanas também foram positivos nesta quinta e contribuíram para o fechamento em alta em Chicago.
Na semana encerrada em 20 de julho, os EUA venderam 303,4 mil toneladas de soja da safra velha. O volume, apesar de 26% menor do que o registrado na semana anterior, ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado, que variavam de 100 mil a 300 mil toneladas. A maior parte foi adquirida pela Holanda. No acumulado da temporada, o volume total comprometido já é de 60.667,5 milhões de toneladas, contra pouco mais de 51,8 milhões do ano passado e frente à projeção total do USDA para esta safra de 57,15 milhões.
Da safra nova foram vendidas mais 531,8 mil toneladas de soja – a maior parre destinada à China – e o volume também ficou dentro do intervalo esperado pelo mercado, de 300 mil a 1 milhão de toneladas.