Durante esta semana são comemoradas algumas datas importantes como 19 de abril dedicado ao Dia do Índio; 21, Dia de Tiradentes, 22, Dia da Terra e também neste ano a Sexta Feira da Paixão e no domingo, o dia da Ressurreição. O leitor pode estar se indagando: o que essas datas têm em comum, para serem referidas em um mesmo contexto? As respostas a essas indagações estão nesta reflexão/artigo. As categorias de referência que estão relacionadas com essas datas são: a vida, a superação da morte, a liberdade, a fraternidade, a solidariedade, a busca de um destino comum, um mundo melhor, a sustentabilidade e a responsabilidade de todas as pessoas em relação ao meio ambiente, enfim, o planeta terra, uma das obras do Criador.
O dia do Índio nos reporta ao tipo de cultura não consumista e a relação de uma sociedade ou grupo humano com a natureza. Para a cultura indígena a vida só tem sentido se houver harmonia com o meio ambiente. A natureza assim entendida não pode ser vista como algo a ser destruído, dominado e estar a serviço de apetites econômicos desmesurados e egoístas.
O dia de Tiradentes nos relembra a luta deste mártir, que é um dos símbolos da rebeldia contra a dominação, a espoliação a que nosso país era submetido e, ao mesmo tempo, a luta contra toda e qualquer forma de governos e estruturas de poder que oprimem o povo, principalmente através de uma carga tributária sem que em troca houvesse a retribuição através de obras e serviços públicos. Tiradentes foi enforcado e seu corpo esquartejado por que ousou denunciar e se rebelar contra a carga tributária que era denominada de O QUINTO, ou seja, de todo o outro que era produzido o povo tinha que pagar a Coroa Portuguesa um quinto (20%). Hoje o povo brasileiro é submetido a uma carga tributária que está em torno de 38% do que produz. Precisamos refletir sobre isto.
As duas outras datas: Sexta Feira da Paixão e Domingo da Ressurreição estão diretamente relacionada com a missão que Cristo cumpriu aqui na Terra, mesmo sendo Filho de Deus, “tornou-se homem e habitou entre nós”, como diz o Texto Sagrado, cumprindo sua missão de sofrer as injustiças, as incompreensões, a traição e suportar o jugo de governos tiranos. Mas a sua Ressurreição também representa a vitória sobre a morte, sobre o sofrimento humano e a esperança de que podemos também ser vencedores.
Finalmente, o Dia da terra, comemorado desde 22 de Abril de 1970, quando mais de 20 milhões de pessoas se mobilizaram nos EUA para protestarem contra o que julgavam ser um desrespeito a natureza. Aí podemos identificar um dos momentos do surgimento do movimento ambientalista americano e que acabou tendo muita influência tanto naquele país quanto no resto do mundo. Foi em decorrência dessa demonstração e das ações que se seguiram que foram aprovadas as primeiras leis ambientais nos EUA e criada a Agencia Ambiental americana, a EPA.
Na esteira desse movimento surgiram fatos importantes como a Conferência de Estocolmo de 1972, a Conferencia do meio ambiente da ONU realizada no Rio de Janeiro em 1992, as diversas conferências e protocolos firmados por todos os países para que a sustentabilidade, a busca de um meio ambiente saudável e o compromisso das atuais gerações com o futuro do planeta passaram a fazer parte das agendas políticas nacionais e internacionais.
A ONG “Earth Day” a cada ano escolhe um tema para dar força, forma e conteúdo para as programações alusivas ao Dia da Terra. Este ano o foco central é “Um bilhão de ações verdes”, onde foram e continuaram sendo realizadas diversas ações em mais de 183 países, milhares de cidades envolvendo mais de 140 milhões de pessoas e organizações públicas e também não governamentais. A propósito, a ONU aprovou recentemente a realização da Rio +20, a próxima conferencia mundial do meio ambiente a ter lugar no Rio de Janeiro entre 04 a 06 de junho de 2012, antes da tão badalada COPA de 2014.
A ênfase quando dessas comemorações é no sentido de que podemos fazer muita coisa importante na defesa do planeta terra começando pelas nossas ações do dia-a-dia, daí a idéia das casas verdes, das escolas verdes, dos edifícios verdes, das calcadas verdes, das cidades verdes, enfim, relembrar que o verde é a cor da esperança, da renovação da vida e o símbolo maior contra a degradação ambiental, do consumismo, do uso desmedido dos recursos naturais na busca do lucro fácil e imediato, pouco importando se assim fazendo a atual geração em sua ganância está deixando um legado de destruição e morte para as futuras gerações.
Desenvolvimento tem um preço, e este preço é o respeito e cuidado com o meio ambiente. Este é o princípio e compromisso que deve unir todos os que se preocupam não apenas com o presente, mas fundamentalmente com o futuro, antes que as tragédias cheguem!
Este é o significado maior do DIA DA TERRA!
Juacy da Silva,professor universitário, ex-Ouvidor Geral de Cuiabá, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias
