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O povo, os políticos e a corrupção

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Tenho assistido e acompanhado com alegria a repercussão da entrevista do senador Jarbas Vasconcelos na revista Veja. O caso é emblemático, a corrupção é endêmica em nosso País e está presente em todos os seguimentos sociais, empresariais, classistas, religiosos e em todas as instituições. Portanto, ninguém, se desafiado, atirará a primeira pedra.

A corrupção não é apenas a porcentagem que se paga aos políticos, é muito mais ampla, e foi socializada a tal ponto, que a grande maioria aproveita para levar sua vantagem no dia a dia. É corrupto, quem dá propina ao guarda da esquina, quem desobedece aos sinais de tränsito, quem usa das diárias do poder público para complementar salários, quem não emite notas fiscais e sonega impostos. A corrupção é geral, irrestrita e ilimitada, portanto, convivemos com ela naturalmente.

O povo tem o governante que merece, portanto, se o povo é corrupto, o político, na sua maior expressão, também é corrupto. O sistema político brasileiro é o da democracia representativa, assim, ligam-se os elos da corrente, o eleitor para votar, quer uma compensação, seja em dinheiro vivo, uma consulta médica, uma dentadura, uma passagem, um tanque de gasolina ou mesmo o trabalho de cabo eleitoral, ou ainda uma promessa de emprego.

Achei oportuno acrescentar ao debate o outro lado da questão, que é o corruptor, o eleitor que com o seu voto tem o poder de mudar o cenário político, não faz exatamente porque, ingenuamente, acha que as pequenas vantagens que leva no período eleitoral fazem a diferença, e isso, mantém e alimenta, ano após ano, a prática nefasta da corrupção. Assim os políticos sobrevivem sob, coação moral irresistível, pois se não dá, não é eleito e por isso, justificam suas atitudes.

Em nosso País não é exagero dizer que, em sua grande maioria, os resultados das eleições são frutos da prática da corrupção. Raros são os políticos que cultivam os princípios da administração publica.

Assim, o eleitor que exige benefício para dar o seu voto a este ou aquele e, muitas vezes, prometendo o voto a mais de um candidato, faz com que os políticos que disputam as eleições assimilem essa prática e a incorporem em sua atividade, praticando corrupção em larga escala, para sustentar a base que é a fonte do poder.

Não obstante as verdades acima mencionadas existem políticos que honram e dignificam a função, não praticando a corrupção nem nas altas esferas, nem tão pouco nas bases, e são reconhecidos como ícones da ética e da moral, e nesses exemplos está a esperança da nação brasileira, que só se libertará da praga da corrupção através da educação.

Pedro Mendes é advogado e ex vereador em Sinop

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