
Os diretores, que representam os oito sindicatos patronais de base florestal de Mato Grosso, agregando 44 municípios, afirmam que há um total desrespeito e descaso por parte do governo estadual para com o setor. Eles explicam que foram realizadas diversas reuniões, nas quais foram apresentados documentos, propostas e feitos compromissos pelo governo sem haver qualquer tomada de decisão a respeito dos assuntos. “Ficamos de reunião em reunião sem que o governo cumpra os compromissos assumidos com o setor. Cada vez que participamos de uma reunião, o ciclo se repete, com o governo pedindo propostas, dando prazos e nenhum problema é resolvido”, disseram os diretores, por meio da assessoria do Cipem.
Como exemplos, eles citam a bitributação na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) das operações de madeira em tora de florestas nativas ou plantadas, em desrespeito à política do Simples Nacional, na qual estão enquadradas cerca de 90% das empresas do setor em Mato Grosso. Eles também apontaram os decretos regras para as empresas realizarem o Cadastro de Exportação, cujas exigências, segundo o Cipem, não são possíveis de serem cumpridas por empresas que nunca exportaram ou que estão enquadradas no Simples Nacional.
Diante de toda essa situação, o Cipem adiantou que tentou parar de tentar resolver as questões em nível administrativo e vai entrar com ações judiciais contra o governo do estado em relação a todos os pontos considerados necessários. “Como o diálogo não surte efeito, só nos resta apelar para a Justiça e aguardar as soluções”.
Para embasar o argumento de que os impostos e taxas cobrados do setor florestal castigam os empresários e prejudicam a competitividade de Mato Grosso frente a outros estados produtores de madeira nativa, o Cipem realizou um estudo comparativo da política tributária aplicada em cada um deles. A conclusão é de que a carga tributária do setor florestal mato-grossense é, em média, 30% maior do que em outros estados produtores de madeira.
“Essa é a prova de que se nada for feito, o governo do estado vai acabar com um setor que representa a quarta economia de Mato Grosso, gera mais de 90 mil empregos diretos e indiretos, e movimenta o desenvolvimento de um terço dos municípios mato-grossenses”, conclui a nota enviada pela assessoria.


