
Ao pronunciar o ex-marido de Cleide, um caminhoneiro de 46 anos, e a mulher dele, 45, a Justiça decidiu que deveriam ir a julgamento por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil, meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra mulher em razão de gênero. Também foram pronunciados por ocultação de cadáver.
A defesa do homem recorreu, pedindo absolvição sumária do crime de ocultação de cadáver e exclusão das qualificadoras. Já a mulher decidiu não recorrer, entendendo que isso prorrogaria a prisão provisória. Ao negarem o recurso, os desembargadores destacaram que a sentença de pronúncia deve ser mantida quando houver “existência de prova da materialidade delitiva e de indícios suficientes de autoria”.
Conforme Só Notícias já informou, Cleide foi morta, em junho do ano passado. Ela ficou desaparecida por 18 dias e o corpo foi encontrado em um matagal. O delegado de Polícia Civil Daniel Nery confirmou, na época, que o assassinato de teve motivação passional e com tráfico de drogas. Segundo esta versão, a vítima mantinha relacionamento com o principal suspeito do homicídio. “Ela contraiu dívida de drogas e prometeu aos traficantes que honraria com os bens da casa. Ele se separou e levou estes bens embora. Então, ficou esse impase de bens e a dívida com os traficantes (valor não informado). Ele passou a receber ameaça dos traficantes para honrar com essas dívidas. Na cabeça dele, matando a Cleide ele quitaria essa dívida”, afirmou, na ocasião.
A polícia descobriu que o principal suspeito dominou Cleide, a colocou no carro e a levou a cerca de 10 km da cidade onde ela foi morta. O delegado informou ainda que a esposa do assassino “estava junto e ele mesmo relata que ela, apesar de não ter descido do veículo, queria ver a vítima morrendo”. A versão do casal é que ao ser dominada, ela gritou por socorro e eles disseram que iria conversar. Daniel Nery apontou ainda que o crime foi com requintes de crueldade (Cleide levou golpes de facão no abdômen). “Ele é tão frio que não demonstra arrependimento e fez o que tinha que ser feito”. “A ajuda dela (esposa) foi intensa “, afirmou.
Cleide foi sepultada em Lucas.


