
O espaço para crescimento da micro e minigeração é amplo em Mato Grosso e no restante do país. Em todo o Brasil são 80 milhões de consumidores somente no mercado cativo, ou seja, que compram energia da própria distribuidora, observa o engenheiro eletricista e conselheiro do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Mato Grosso (Concel), Teomar Magri. Segundo ele, apenas 40 mil unidades consumidoras geram energia por meio de micro e minigeração no território nacional. “É um negócio muito bom. Para quem puder investir, vale a pena, para ficar livre dos impostos. Além disso, o consumidor não fica sujeito aos aumentos de tarifas, que só este ano subiram 15% em média no país”, registra. Em Mato Grosso, a classe residencial é formada por pouco mais de um milhão de unidades consumidoras (UCs) e que representa 77% do atendimento da concessionária local.
Pelo cálculo do engenheiro e membro do Concel, o consumidor que gasta entre R$ 300 a R$ 400 com energia elétrica vai precisar investir R$ 40 mil para construir uma micro geradora. “Hoje o investimento em geração solar se paga em 4 anos, em média”. Exemplo de como a fatura de luz pode ser praticamente zerada está no Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em Cuiabá. Na implantação da usina de geração solar em 2015 foram investidos R$ 400 mil, valor que cairia para R$ 160 mil atualmente pelo barateamento da tecnologia, afirma o engenheiro eletricista e gerente do Sebrae, José Valdir Santiago.
A usina supre a demanda energética da sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Capital mato-grossense, além de reduzir a conta de energia e disseminar práticas sustentáveis nos pequenos negócios. A despesa mensal com o consumo de eletricidade que chegava a R$ 5,6 mil em 2015 foi reduzida em 95%. Os 5% restantes na fatura e pagos à concessionária de energia incluem a taxa de disponibilidade de energia elétrica e a cobrança adicional da bandeira vermelha. “Por isso não zera”. Caso o consumo de energia fique abaixo da geração, o excedente é injetado na rede de distribuição gerando créditos para compensação futura.


