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Embrapa orienta produtores sobre controle da cigarrinha-das-pastagens

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Com a intensificação das chuvas os produtores rurais do Acre e outros estados da Amazônia devem estar atentos ao ataque da cigarrinha-das-pastagens, praga que suga a seiva dos capins e danifica suas folhas, resultando na “queima” do pasto. O problema reduz a capacidade produtiva da pastagem, compromete a alimentação bovina e gera queda no peso do animal, com prejuízos para os pecuaristas, mas pode ser controlado com métodos químicos ou biológicos.

“As cigarrinhas-das-pastagens vivem, na fase adulta, na parte aérea dos capins. Suas ninfas, uma fase jovem do inseto, ficam sempre protegidas na base das plantas por uma espuma branca. Durante o período seco, os ovos do inseto permanecem no solo e com o início das chuvas, eclodem. Ataques mais severos, podem resultar na morte do capim e na infestação da área por plantas daninhas, o que torna a pastagem degradada”, afirma o pesquisador da Embrapa Acre, Rodrigo Souza Santos.

Segundo o pesquisador Carlos Maurício de Andrade, alguns cuidados ajudam a controlar a presença da praga. “No Acre, diversas áreas de pastagens já foram atacadas e novos ciclos do inseto devem ocorrer durante toda a estação chuvosa. Para evitar as infestações, o produtor rural deve monitorar as áreas e adotar outras formas de controle”, destaca

Na propriedade do pecuarista Sidney Zamora a praga está presente em 90% das pastagens e as medidas de controle químico iniciaram no final de novembro. Em piquetes onde a praga já foi controlada o capim está verde e sadio e a diferença em relação a outras áreas é visível. “Este inverno a infestação está bem maior e nunca tinha ocorrido ataques nessas proporções. A alternativa é retirar o gado e aplicar o defensivo. Isso compromete o rendimento da atividade e gera um impacto negativo na economia local, já que a pecuária é a principal cadeia produtiva do Estado”, diz o produtor.

Métodos de controle

Na Amazônia Legal, a área de pastagens cultivadas, em 2014, era de 48 milhões de hectares, de acordo com o último levantamento oficial. A cigarrinha-das-pastagens é um dos fatores que contribuem para o processo de degradação de boa parte das pastagens da região. Atacado pela praga, o capim começa a amarelar, seca e perde o vigor, abrindo espaço para o estabelecimento de plantas daninhas. A identificação dos focos iniciais do inseto é fundamental para evitar a sua proliferação e garantir forragem de qualidade para o gado, mas o produtor rural deve atuar de forma preventiva. O monitoramento contínuo das áreas ajuda a reduzir a incidência de ataques e auxilia, ainda, na escolha do método de controle mais adequado.

Atualmente, há duas formas de controle dessa praga. O controle biológico, por meio de aplicações utilizando o fungo Metarhizium anisopliae, disponível em lojas revendedoras de insumos agropecuários, pode ser realizado com uso de pulverizadores costais, tratores ou aviões, sem a necessidade de retirar os animais da pastagem. “Uma das principais vantagens desse método é que o fungo não prejudica o meio ambiente e nem é nocivo à saúde humana. Além disso, o fungo pode permanecer na pastagem por um tempo maior, desde que não haja dias ensolarados e secos até o seu estabelecimento”, explica Santos.

Outra alternativa é o controle químico, mas a adoção desse método exige a retirada do gado da área a ser tratada. De acordo com o pesquisador Murilo Fazolin, é importante contar com a ajuda de um técnico para calcular a quantidade de aplicações e a dosagem adequada do inseticida. “Dependendo do nível de infestação e das condições climáticas poderão ser necessárias duas ou três aplicações do produto durante o período chuvoso. O produtor rural deve ficar atento à ocorrência de focos mesmo depois da primeira aplicação. Além disso, uma espécie maior e mais agressiva, a Mahanarva tristis, conhecida em algumas localidades como cigarrinha-da-cana, costuma ocorrer no final da época chuvosa”, declara.

Outro aspecto que deve ser observado, segundo Fazolin, é que no manejo integrado dessa praga devem ser utilizados somente produtos registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Seguir as recomendações técnicas do fabricante e utilizar equipamentos individuais de proteção são aspectos fundamentais para o controle com segurança e para a preservação do equilíbrio ambiental”, afirma

Diversificação das pastagens

Existem diferentes espécies de cigarrinhas que atacam também distintos tipos de capins. Os capins braquiarinha, humidícola, tangola e a grama-estrela-roxa são atacados por espécies denominadas Notozulia entreriana e Deois flavopicta. Esses insetos, de coloração preta ou marrom, são menores e apresentam listras brancas nas asas. Já os capins brizantão, xaraés (MG-5), tanzânia, mombaça, tangola, BRS zuri e BRS piatã e a grama-estrela-roxa são mais susceptíveis ao ataque da Mahanarva tristis, espécie de tamanho maior.

A diversificação das pastagens com o uso de diferentes tipos de capim e o consórcio  com leguminosas como amendoim forrageiro e puerária são alternativas eficientes para reduzir os danos causados pela cigarrinha-das-pastagens. “Essas plantas, além de não serem atacadas pela praga, servem de alimento para o gado e evitam infestação de ervas daninhas”, diz o pesquisador Carlos Maurício de Andrade.

Outra medida importante é evitar a formação de grandes touceiras de capim, por meio do pastejo sistemático da área.  O rebaixamento das forrageiras facilita a passagem de luz para o solo com maior intensidade, aspecto que reduz a umidade e as condições de proliferação do inseto. 

Fonte: Só Notícias/Agronotícias

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