
De acordo com a assessoria do MPE, diante das informações prestados nos autos do inquérito, faz-se necessário que seja ofertado no mínimo 5 vagas para Médicos Patologistas e 8 vagas para técnicos de necrópsia (enfermagem), número aparentemente suficiente para atender a demanda de acordo com o próprio Estado.
Segundo o promotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes a investigação teve início por meio de uma denúncia feita na ouvidoria do MPE. Na ocasião, o denunciante relatou que os profissionais lotados no S.O.V prestam serviços ao público vinte e quatro horas ininterruptas, sendo responsáveis por emitir a declaração de óbitos de causas naturais para falecidos com ou sem assistência médica, dentre outras atribuições.
Na época, ainda no ano de 2015 o MPE oficiou o Estado para que tomasse providências, porém, as medidas adotadas foram apenas a contratação temporária de profissionais e a promessa de realização de concurso público que até hoje não foi cumprida.
“Desde 2015, o ente público teve tempo para organizar e planejar a realização do concurso público. A falta de providência só demonstra o descaso com a prestação do serviço público. Utilizar a contratação temporária – que deve ser feita em caso de urgência – não é recomendável, já que existe o concurso público que tem como objetivo avaliar candidatos de modo amplo e democrático, com o propósito de criar estabilidade e carreira aos funcionários”, afirmou Guedes na ação.
O promotor explicou que a lei complementar instituiu o Serviço de Verificação de Óbitos no Estado, sendo serviço extremamente importante para definir a causa mortis, além de repercutir na sociedade em vários âmbitos, como no epidemiológico legal, de cidadania e direitos. “É preciso dizer, aliás, que no dia a dia, em face da falta de profissionais as famílias dos falecidos aguardam muitas horas até a liberação do corpo de seus entes queridos, retardando o velório e sepultamento dos mesmos, prolongando para além do necessário o sofrimento dos parentes e amigos”.


