
“O hospital não foi comunicado formalmente. Não teve uma queixa da família. Nós nos reunimos e fomos atrás das pessoas envolvidas no plantão e do gerente da enfermagem. O papel de alta da criança foi colocado em outro paciente, mas não houve troca de medicação ou de prontuário. Não houve prejuízo para nenhum dos pacientes. A outra criança desde a madrugada não recebeu medicação. Nossas comissões tanto de óbito, de portuário e até a ética médica já foram acionadas. Nós encaminhamos esse prontuário para essas comissões que devem dar um parecer em 30 dias sobre o caso”.
O diretor técnico do hospital explicou ainda que criança chegou com uma constipação intestinal que evoluiu para febre e piora do quadro clínico geral. “Passou pela equipe do Pronto Socorro que depois encaminhou para pediatria e foi internado. Nesta internação, a constipação ocasionou uma translocação bacteriana. São bactérias do próprio intestino, que saem do lume e com isso acaba ocorrendo uma infecção. Já era um quadro mais arrastado que foi evoluindo e acabou com uma sepse (conjunto de manifestações graves em todo o organismo). De sexta-feira para sábado, houve uma piora do quadro clínico. No domingo, ele evoluiu para um choque séptico. Infelizmente evoluiu para uma parada cardíaca e acabou não resistindo e faleceu".
A acusação de troca de nomes durante medicação foi feita pela mãe do menino, Vanessa Filamand, em entrevista, ao Só Notícias, na última segunda-feira. Ele contou que o primeiro atendimento ocorreu na terça-feira (13), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ele recebeu medicação, mas foi liberado. Na quarta-feira, passou mal, foi levado novamente a UPA, que o encaminhou à unidade estadual. “Na UPA, fizeram um exame, a doutora analisou, disse que tinha alguma coisa que ela não estava entendendo e encaminhou para o regional. Na madrugada de sexta, colocaram um soro. Depois disso, não deram mais nenhum tipo de medicamento. Ainda no hospital, o meu filho ficou com o corpo mole e voltaram a colocar um soro. Ele foi levado para uma outra sala e colocaram para respirar em uma máquina, mas já estava morto”.
A mulher disse ainda que uma enfermeira teria informado que a ficha de internação do menino estava trocada com a de outro paciente. “Isso ocorreu no sábado de manhã. Uma enfermeira disse que ele estava liberado, mas não conseguia nem respirar. Foram analisar as fichas e me falaram que o nome do meu filho estava trocado com o de outra criança, que também estava internada no mesmo quarto. Eu acredito que deram medicamento de outro paciente para o meu filho”, acusa.
Na declaração de obtido assinada por uma médica pneumologista, consta que a criança morreu em decorrência de obstrução intestinal e infecção generalizada. Ele foi sepultado em Sorriso, na última segunda-feira.


